"Eu saúdo o milagre econômico, mas o que quero mostrar são as festas do bairro"
Em Chris Marker 🇨🇵 Sem Sol (1983), documentário a partir de anúncios que estavam em cartas escritas ao redor do mundo.
Um causo chamativo é de um casal de japoneses que foi até um ritual, um templo de adoração aos gatos. Nesse espaço, como se fosse um mural ou muro de homenagens aos bichanos, há esculturas de gatos brancos em algum material entre a cerâmica e a porcelana. São depositadas velas e orações. Após a curiosa manifestação, a explicação da ida do casal de idade avançada é emocionante. Sua gata não havia morrido, mas fugido de casa, sem paradeiro definido. Foram pedir benção e que ela seja protegida, para esta vida ou depois. Não sabem se está viva, mas quando morrer não saberão e não haverá quem ore por ela. É uma das súplicas mais pura possível em todo planeta. Chris Marker sempre sensível ao extremo, seja a cada animal selvagem que morra na seca da África, transformando savanas em desertos, ou para mostrar sorrisos islandeses naquela ilha tão distante, na cena de abertura do documentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário