30 de setembro de 2019

24 de setembro de 2019

seu relevo é o que me vale

professora, bem comecei a fazer os exercícios mas redentora tanta coisa apareceu para ouvir os meus suplícios depositada mais uma moeda na minha caixa de vícios devassos amordaçados escondidos bem debaixo de tantos artifícios

tanta coisa melhorrrr do que fonéticaaaa poder ver e admirar toda a sua estéticaaaa tanta coisa melhorrrr do que estudar fonologiaaaa seus relevos, curvas e toda a geografiaaaaa seus relevos planaltos são o que me valeeeee deixa eu te estudar e te acompanhar-teeeee

23 de setembro de 2019

gol de bico

fazer aqui minhas rimas pobres como fazer o gol de bico pode ser algo até mais nobre que beijar o distintivo

20 de setembro de 2019

14 de setembro de 2019

larvas da salvação

por que não respondes logo?
por que tanto demoras?
serão assuntos ufólogos
ou meros caprichos de vossa senhora?

por que não respondes logo?
qual sua distância para as palavras?
como larvas a se desenvolver
para depois sorvê-las sãs e salvas

ao desenrolar da lã
descobertas das camadas alvas
que venham no máximo até amanhã
ou antes de fugir minh'alma

orações subordinadas

pessoas
orações subordinadas
muito desejosas
pouco desejadas
pedem cada uma
em suma
ao menos uma para cada
ao fim da fila
que se forma, que se una
com destino ao nada

atrevimento

como se atreve
a escrever poemas como seus relacionamentos
tão breves
em que mal se passam os primeiros beijos
e hereges
caem no esquecimento

7 de setembro de 2019

también tú eres

tô fazendo umas e outras
poesias
vamos lá, me desafia
qual a palavra que queres
ver se eu acerto a ortografia
um soletrando a teu mando
eu depois comando
e a caneta copia
qual tu queres, que tal mulheres
sublimes seres
que también tú eres
várias mentes intermitentes
ou dormentes
escondidas debaixo
de lustrosas peles

inhos nos ninhos

desculpa meu olhar
par de olhos que possam achar
superior
aqui do mezanino
mas é que não consigo mais ler
poemas que venham a ser
só rimas no infinitivo
ou quem sabe no diminutivo 
prato tão pouco nutritivo
de inhos e inhos
a nuestros niños

ilustre dúvida

será que ilustro o poema
com uma foto
ou ponho nada?
só o tempero
raro
e o desespero
e o despreparo
das palavras

depois termino

planejando nossa fuga
antes das últimas energias
que essa vida suga
antes que o tempo te desbote
e nos ponha rugas
antes que o suporte
não suporte
e o porte se derruba

logo de uma vez
e que seja a última
em jogar as malas
sem tanto tempo de arrumá-las
mas precisão súbita
se não saber onde ir
saber seres única

saber quais queres baixar
e quais aumentar a música
sincronia de nossa empatia
produzida tal qual siderúrgica

saber que não concordas total
com o filho da metalúrgica
mas saber que essa metalurgia
uma luz que irradia
o país essa balbúrdia

e seria tão melhor nele a faixa
e tão melhor escutar nossos sons
quando a música baixa
e tão melhor contigo nessa estrada
essa faixa
esse chão que se vai ao trocar as marchas
ao tocar no rádio as marchas de nosso destino
ao tocar de sua mão
os dedos finos
ao passá-los pelos pelos
progredimos
perdi a concentração
depois termino

5 de setembro de 2019

aqui-ali

nossa cela é maior mas também tem limite o pobre não chega a aeroporto o tempo escorre aquiali, pertence a elite o tempo ao vivo se vai sempre programa piloto ratos saíram aquiali ainda pertencem ao esgoto o limite da aberração deles só palpite não conheço limite mais torto

trânsito vai carronibus cortando a frente do sentido audição a postos eficiente transe vai metódicos aplicativos, comprimidos, titanics antitetânicos nanicos mecânicos da própria vida nervosos

vou entregar até minha última palavra no desarme da posse operação policial pra ver quem mais tosse entregar meu distintivo sobre a mesa espremer até o último suco no meu último súbito do coração à mente nenhum bendito ao fruto que digam em reza faço em troca de: nada

outra cerveja

sua enquete tá quente
igual você: 200 graus
que tal, eu e você e charlie brown
ideias da minha empresa júnior
que existe dentro da minha mente
que tal, eu e você e não repete o esquema
troco de lado a troco de nada
a gente não repete a cena
eu leblon, você ipanema
eu LeBron, você Dwyane Wade na bandeja
eu na bandeja para o seu café
atrapalhado mas com fé
nesses confetes e enfeites
para outros fetiches
me deixe
fazer parte e viajar
minha mente flutua é barco
pra lá e pra cá
mas sabe sempre o lado e pra quem
tem que flutuar
e na base o mic
a renda per capita na capa da gaita
mas que baita
sacada se você é a vista
a visita a meu coração aqui produtor
pode entrar e abrir a geladeira
também não se importar o pé em cima da cadeira
se tiver frio jogo uma lenha ou outra pra dentro da lareira
ou pra esquentar atenta
a chama encosta toda exposta
toda tocha e o revezamento é seu
passe a si mesma, passe por cima
passe por baixo, com certeza
sinta toda, vinde a toda, vibra toda natureza
por mais uma, por mais outra e com certeza
depois disso um brinde ao finde
traz mais outra cerveja

1 de setembro de 2019

os apetrechos

os apetrechos
o rap são trechos da minha vida
os trechos do meu rap
pra eles são a ferida

cê fala um monte de viagem
pergunta se eu tô ligado
é claro que eu não tô
vou fingir que tô
é claro que eu não concordo
que obina era melhor que eto'o
conectou?
o wifi da internet do campus
que fica lá naquele canto
comunidade ao lado quer trampo
com dificuldade ainda me levanto
os elemento por fora nem tão ruim
os meus problema de verdade tão dentro de mim
eu sei que é assim
cada um espadachim da sua luta
olha pro lado e vê quantos
e quantos tu escuta
interrogação nem vou marcar
que já vem outa pergunta
o assunto engolido a seco
e nem besunta
e depois vê no que isso tudo resulta

os apetrechos
o rap são trechos da minha vida
os trechos do meu rap
pra eles são a ferida

esse é o eixo
que traça a estrada da vida
estragando o trecho
daqueles que pra nada convida

o juiz que apita

meu chapa
eles não te querem aqui
eu vou te resumir
## rap trecho ## apetrecho ## rap trecho ##

eles querem que tu vá sumir
vá por aí, vá assumir outra posição
ou nenhuma aptidão, tanto faz
pra eles
mas pra nós, liberta tua voz
é mais do que as causas essenciais
vá lá e faz
e depois vá lá e faz mais
um-dois, um-dois-três
não deixa tua mente morrer assim 'aqui jaz'
aqui jaz eles, aqui já era
tá feito meu trabalho tua mente na labuta
não para, não dá trégua
não perca eles de distância nem por uma régua
muito menos légua
baixar cabeça pra nenhum filho da nova era
que é mais antiga e mais conserva do que aquela
mais atrita do que comunica
mais desconvida do que participa
eles impõe e o que tu contrapõe
não adianta nem que grita
a bola tá com eles e o juiz apita
vou chegar forte, desarmar, meter uma bica
o desafio é romper a bolha até as palafita
aí eu quero ver como que esse mito mita

casa vazia

sonhei uma casa vazia
com tempo pra brincar com os gato
felinos meus inquilinos
que eu cobro barato

sonhei uma casa vazia
sem sequer seu porta-retrato
companhia o canal de esporte
passando compacto

sonhei uma casa vazia
ninguém vê quantos fósforo eu gasto
sonhei uma casa vazia
fazer arroz do jeito que eu gosto
deixar um pouco acumular
a louça na pia

sonhei uma casa vazia
pra sentir saudade dela cheia
enquanto isso vou ali limpar
a caixa de areia

talvez eu moraria
com vovó e com minha tia
só que talvez ela não aguentaria
a minha embriaguez
e ainda por cima gostaria
que eu acordasse antes das dez
tia, deixa eu virar pro lado
e fica relax

mas eu sonhei foi uma casa vazia
pra escrever minhas bobagem, poesia
coisas que eu não publicaria
sem pensar muito bem

sonhei uma casa vazia
pra planejar minhas viagens
mas se eu viajar
a casa fica vazia