Cada fim de semana com a Larissa é como se o Grêmio houvesse ganho um campeonato. Claro que o tempo da sensação não é longo nem marco histórico como um título a mais nas estatísticas dos clubes. Mas o êxtase é assim para mais. Mesmo que repitamos nossos assuntos, interações e atividades. É deveras prazeroso estar ao lado dela nesses finais de semana.
Fomos ao show de Duca Leindecker, antigo líder da banda Cidadão Quem. Reunimos meus fiéis escudeiros do curso de Espanhol e fomos. Voltei a consumir álcool após muitos meses. Me saí bem quanto a isso. Também foi um final de semana para exercitar minhas tentativas de ser um bom anfitrião. Tenho muito a aprender, mas tenho comigo a intenção e a paciência dela para lidar comigo e minhas limitações.
O período desses dois dias foi repleto de nostalgia, pois além de relembrar os sucessos da banda Cidadão Quem, como o Amanhã Colorido, Pinhal, Ao Fim de Tudo, que lacrimejaram nossos úmidos olhos, também mostrei para Larissa o final do filme Tese sobre um Homicídio. Creio que após a saída dela do banho da madrugada antes de deitar, o filme estava tão para o fim que não fará diferença se um dia o revermos. Nesta madrugada estava passando no festival de filmes estrangeiros do Canal Brasil. Tese sobre um Homicídio na verdade se trata do que se convencionou chamar de Feminicídio e, estrelado pelo conhecido Ricardo Darín, trata de um professor de Direito que confronta ou é confrontado por seu aluno mais brilhante em um curso superior que o professor ministrava. Uma trama cheia de nuances, aproximações e atos de repelir. Afinal, o aluno Gonzalo matou ou não matou a mulher que apareceu caída no estacionamento em frente à faculdade? Que outro assassino poderia ter sido? Um jogo de gato e rato repleto de insinuações, planos quase infalíveis e irresistíveis ou simplesmente uma gama de coincidências?
Fiquei tempo demais atido ao filme Tese sobre um Homicídio, o qual nem assisti completo dessa vez, muito menos ela. A nostalgia do que assistimos na verdade foi em relação à série Todo Mundo Odeia o Chris, a qual assistimos alguns episódios na quase totalmente esquecida tv Record. Nos divertimos com cada um, ou com quase todos, os personagens dessas divertidas histórias evocadas pelas memórias do narrador nos anos 1980, no Brooklyn, em Nova York.
Enfim, mas cada minuto que podemos aproveitar juntos me remete aos belos sentimentos, alguns dos quais eu nem sabia que eram possíveis sentir. Nossa relação por ora está melhor do que minha encomendas e rezas passadas. Pensava eu que concluiria a vida sem viver um amor da forma que temos. Ainda mais com ela, que admiro de muitas formas, pela inteligência, pela beleza e pelas atitudes É muito bom alimentar o verbo amar e também se sentir aceito. Não há precificação qualquer para isso. Sinto alegrias e momentos felizes que há muito não tinha ou nem sabia possíveis. Confesso retomando uma vez mais essas alegrias. Estamos escrevendo memórias e é muito bom saber que o livro ainda está em aberto esperando um capítulo a mais. O escritor aqui não tem a mínima pressa.