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20/02/2023

Samba da Saúde

Será que eu vou ter saúde?

Será que alguém me acode?

Será que eu fui muito rude?

Assim vou tomar sacode


Será que eu vou ter saúde?

Pra enfrentar tenra idade

Pra cruzar cachoeira, açude 

Ou pra viver dentro da cidade


Será que eu vou ter saúde?

Ou sou aquele que se explode

Será que alternativa surge?

Pra mostrar que ainda se pode


Será que eu vou ter saúde?

Ou só saúva que me vem

Macunaíma só se ilude 

No fim todos ficam sem


Será que eu vou ter saúde?

Torcer para que algo mude

Para adiar o meu fim

Torcer de braços bem torcidos 

Pros outros mas também pra mim

18/02/2023

Triste Realeza

Tristeza é minha realeza

Surge a cada manhã firme e tesa 


Tristeza de mim é indissociável

Surge a cada manhã assim palpável


Tristeza é minha enquanto eu existir

E quando eu me for não fique triste

Pense não ser mais triste

O ser que agora não mais existe


Tristeza também tem sua beleza

Lágrimas brilham

Enquanto os dias nos humilham


Comida na mesa

Combate uma tristeza

Mas não a outra

Por dentro da roupa

Por dentro das ideias

Prende como selas 

Fecha as janelas


20/01/2022

Samba triste ou MPB?

A propaganda nos invade 

Como o lixo invade os mares

Como o lixo invade os mares

A propaganda nos invade

Invasivo

Ministério de Damares

Ministério de Damares


A multa da imobiliária

É quase o valor

Dos meses que faltam

O capitalismo

Jogando de presa em alta

Jogando de presa em alta

O primeiro drible é feito

Nos desarmam e não tem falta

Desarmam e não tem falta

O juiz é companheiro

Dessa turma falcatrua

Roubam tanto quanto é dia

Quanto sob a luz da lua

07/09/2020

Brasil Parasita

era um país tão triste
nem mais mata existe
choro por ti, pantanal
se digo que não choro
estou a mentir, afinal
choro por ti, pantanal

o cosmos se alinhou na maldade
contra o homobrasilis-saudade
saudasos ministérios mais sérios
juízo aposentou emérito
ficamos em país sem critério
um barco aos destroços à deriva
olhar na fronte sem perspectiva
na cadeira cativa doutores
taça de vinho, peixe sem espinha
quando a nós nos sobra espinha
se atiram em meu dorso
gritam "essa já é minha!"
Brasil-paz para os parasitas
nada ao povo das palafitas
Brasil-paz para os parasitas
sub-versões não escritas

era um país tão triste
nem mais mata existe
choro por ti, pantanal
se digo que não choro
estou a mentir, afinal
choro por ti, pantanal

Brasil parasita se propaga
labareda ninguém apaga
Brasil propagado parasita
propaganda deles é infinita
das ruas reles de Brasília
invade circunda nosso litoral
tal qual
abominável avanço do mal
tal qual, tal qual
abominável avanço do mal

01/05/2020

samba da disputa

me envolvi nessa disputa
pela articulação
campo de batalha escuta
a fé, o pedido e o perdão
o enredo temperado em medo
com os dedos dos jovens da nação

o fogo se espalha
estala suas chamas no recruta
instala moradia assim tão bruta
sutura a loucura em expansão

o fogo se espalha
na marra em crescente sedução
señala a malha ferroviária
queima lenha, queima em toda direção

com a arma apontada
a bala aporta no coração
a porta da sede, cede-se nota-se
e o peito agora é toca sem ação

me envolvi com minha bazuca
pela aniquilação
campo de batalha na permuta
em troca de granadas e canhão
o trecho com minas ocultas
que estouram sob os pés em explosão

o fogo se espalha
escancara uma clareira no chão
será que um dia isso sara?
na minha mente e na vegetação

o fogo se espalha
varre o que valha e o que não valha
nas portas da recordação
tem sua presença de navalha
não falha na aniquilação

o samba da disputa ainda dura
acende velas
mostro pra ela
o retrato que ficou

o samba da disputa ainda dura
batidas duras
e a sepultura
encoberta sob o chão


29/04/2020

samba triste

samba, samba triste
com semblante amarrado
e o dedo médio em riste
mais milho para as pombas
invejando o teu alpiste

na rotina
da esgrima das almas
eu te peço muita calma
pra manter a guarda em cima
mas atento a cada movimento
o golpe baixo é a sina dessa fauna

a bruma que cobre cada dia
faz do dia a poesia
e a pessoa mais aluna
em suma preste atenção
em cada lacuna
que para o aprendizado
não se escolhe ocasião
não, não

samba, samba triste
com semblante amarrado
e o dedo médio em riste
mais milho para as pombas
invejando o teu alpiste

com a caneta fraca
mas a mente ainda exata
meu palpite é terminar
terminar o samba triste
de semblante amarrado
preocupado com a covid