A cólera soberana sobre os olhos
A coleira, figurativa, nos pescoços
O qu'est-ce que c'est da vida, o imbróglio
O contentamento de roer apenas ossos
A cólera avança, toma conta
O nó da coleira é apertado
O ultraje que nos tinge, nos afronta
Dos pelos que não protegem da invernada
A cólera eufórica é o estandarte
Brilha forte ofuscando os outros brilhos
A cólera é a obra de arte
Proveniente do desandar de tantos trilhos
Encolhi-me à coleira que sempre aperta
Acolheu-me seu escravo aprisionado
Que pode enxergar, só por dentro, a porta aberta
Triste fim de um projeto inacabado