Grande show na noite de 5 de outubro, no Theatro Guarany, em Pelotas. Apresentação foi de Humberto Gessinger, com músicas de seu novo projeto, acompanhadas das antigas canções conhecidíssimas do público, dos tempos de Engenheiros do Hawaii. A julgar pelo preço do evento, os que foram ontem ao Guarany estavam realmente dispostos a ver o alemão cabeludo em sua performance, ou seja, as letras para participar em coro não foram problema.
O portoalegrense ocupou o palco na parceria com o guitarrista Esteban Tavares, de Camaquã, e o baterista Rafa Bisogno, de Santa Maria. Confesso que quando Gessinger anunciou o sobrenome do batera, achei que tratava-se de um adjetivo (pela pronúncia bisonho).
Ecoaram no antigo Theatro pelotense hinos de outras épocas, como Toda Forma de Poder, Piano Bar, Pra Ser Sincero e Dom Quixote. Entre os trabalhos ainda pouco conhecidos da multidão, do recém lançado disco Insular, destaque para Bora e Tchau Radar, esta segunda em que Tavares justificou completamente sua "contratação" no prestigiado time do engenheiro havaiano.
Encerrado com Infinita Highway, o show desperta uma angústia em que o desejo de que também fosse infinito prevalece. Ao mesmo tempo, o sentimento de que a ocasião especial é proveniente da raridade de uma apresentação tão bem executada, tão ansiosamente aguardada desde muitos dias atrás, desde a compra online do ingresso e da espera, minutos antes, com as pernas inquietas na poltrona do theatro. Dessa forma, permanece desde já a saudade do líder dos Engenheiros do Hawaii e a renovada esperança de que em outro dia, um outro belo dia, Humberto volte para Pelotas, ao palco do Guarany.