24 de maio de 2014

Equador em Viamão

Bom, galerinha, tá chegando a Copa do Mundo e a hospedagem da seleção equatoriana no Rio Grande do Sul não passa em branco. Vejamos algumas verdades.
Valencia, um doador de elétrons na meia cancha.

17 de maio de 2014

Inverno nas veredas

A esponja cada vez mais gélida no banho
As mantas sobrepostas provocam vampiros
O intervalo entre os espirros é menor
Com o barulho do zíper me arranho

A substituição nos armários é forçada para uns
Para outros, prazerosa
Petrificam as atividades de uns
Outros descongelam prosa

8 de maio de 2014

Cartas. Quem dá?

O celular e o limite dos caracteres em microblogs, como o Twitter. Ah, como nos censuram! Impossível exprimir a velocidade das sinapses com o esplendor do movimento dos dedos nas teclas. As ideias ficam mal desenvolvidas e estamos tão mal acostumados a trabalhar outras vertentes, como... O lápis e o papel! Imagine que grandes gênios da humanidade passaram sacrifícios molhando penas e encostando estas aos pergaminhos para contatar o distante resto do mundo.

Nossas habilidades e resistência para escrevermos e direcionarmos cartas aos correios são escassas. Mais admirável ainda é quem tem a paciência necessária nesse acelerado universo rotatório de esperar a resposta suculenta da grafia que endereçamos. Isso em meio ao caos de greves de quem luta por sua classe. Entre as classes, os Correios. Ninguém, lendo isto, tá disposto a dissertar raciocínios completos no papel e aguardar a eternidade de uma réplica. Ao contrário, caminho inverso, tecnologia ao alcance da mão que nos proporciona contar com as SMS, Snaps, What's up, Google +, chats de Facebook, Skype... Raciocínios rompidos, interrompidos pelo limite da chata leitura na tela, do cansaço físico do dedilhar.

Nesse ritmo, ao menos, poupamos árvores, ao mesmo tempo em que papéis arquivam tanta coisa suplementar e supérflua. Tanta conta e tanta propaganda... Abrir a caixa do correio colada à grade da frente só para receber esses últimos exemplos, nada de qualidade amistosa ou amorosa, embora tentem me sacanear. Nada mais na sinceridade da caligrafia singular, que muito diz sobre quem e em que estado escreveu. Seja lúcido, preocupado, agressivo...
Mas, ah, como somos limitados!

6 de maio de 2014

ALAN KARDEC NA SELEÇÃO!?!?

Se o Felipão, o padeiro que move a massa acompanhadora da seleção optar por Kardec, eis algumas verdades:


Nas novas arenas para a Copa, não há mais alambrado. Mas haverá Alan Kardec.
Pra jogar sem a bola no time de Scolari, Alan Kardesce pra marcar.
Se precisar incendiar o jogo no segundo tempo, Felipão coloca Alan KarBECK.
Se jogasse na defesa, sem dúvida seria Alan KarBEQUE.

Alan Kardec inaugurará um novo bordão em Galvão Bueno. "É jogo para ( ) cardíaco (x) Kardec.
Alan Kardec só chegou onde chegou por causa do espírito esportivo.
O CARD de Alan KARDEC não está no álbum oficial da Copa do Mundo.
Alan Kardec, diferente dos novos companheiros PATO e GANSO, não possui ALANTOIDE.
É isso, amanhã cedo (07/05) sai a lista de convocados de Scolari para o mundial. Se Kardec for mais uma barrigada jornalística, ao menos aqui ele figurou.

5 de maio de 2014

Ondas e ondas e carros e ondas

A velha propaganda em campanha interessante sobre a violência dos trânsitos no Brasil era pragmática: "os carros são como as lanchas, as motos são como os jet-skis e os pedestres são como os banhistas". A passos sobre as folhas mortas do outono, em meio aos questionamentos do eutôno (onde?), as interferências do que nos cerca são constantes. Um carro, outro carro. Mais um carro, prata como o primeiro. Rodas que rodam sobre os diferentes terrenos de asfaltos, paralelepípedos e remendos mistos. Uns mais rápido, mais predadores. Uns mais devagar, tranquilos ou simplesmente limitados. Motores barulhentos, latarias gastas que custam a passar. Motores silenciosos, desfiles deslizadores garantidores de status.

Adesivos moldam perfis dos usuários de tais máquinas. Como me parece que a cada dia é mais difícil traçar o retrato de quem está atrás do volante e isso não só por causa do insufilm. Por fora, tudo o que eu sabia de nomes (assim como capitais e espécies de dinossauros) se esvaiu com a chegada dos últimos modelos. Veículos cada vez mais semelhantes, salvo raros traços que, de alguma forma, te fazem acertar a empresa sem a necessidade de conferir o logotipo. Salvo uma ou outra tecnologia, anunciada triunfante em propagandas. Estas ditarão a próxima onda às ruas. É questão de tempo para o item super inédito aparecer na concorrente. O tempo de anos atrás do fordismo reduzido e compactado a menos de meses na atualidade. Assim funcionam outras inovações tecnológicas de diferentes áreas, assim as notícias correm apressadas, respondendo ao lead seco e engolido corriqueiramente.

Assim se passa mais um carro, como uma onda. Dificilmente o verei novamente em igual modelo, dono e placa. Intensidade e som como complementos. Se passar por mim novamente será só mais uma onda. Outra onda, mais uma onda devorando asfalto. Às vezes mar calmo, sem ondas. Ou com ondas engarrafadas. Nem entendo muito de carros, nem entendo de navegar. Muito admiro quem não se enjoa nas águas turvas deste mar.

2 de maio de 2014

Tais quintais

Um quintal sem muros é o que muitos procuram. Às vezes acho que procuro. No meu quintal com muros, os limites às vezes são ignorados contra meu gosto. Por outro lado, dotado de estúpido receio que me é perseguidor, creio que já perdi dezenas de portas que me deixaram abertas. Uma das poucas constantes que tento levar é buscar um lugar em que eu me sinta bem e que os demais ao meu redor sintam-se bem com a minha presença, nada forçado ou fantasiado. Nada da boca pra fora ou com atuações pelo script da formalidade, da educação implantada. Acho que, no fundo, muitos de nós buscamos um quintal sem muros em que não nos sintamos invasivos. Algo com um enganoso espírito libertário e compartilhado.

1 de maio de 2014

Suicide

Sobre suicídio: deixar as despedidas em bilhetes, ou algo assim, e morrer em local distante, sem o corpo para ser enterrado em ritual fúnebre? O problema é talvez deixar angústia nos poucos (bem poucos mesmo, de se contar nos dedos) com a esperança, sem acharem o corpo, de que ainda irás voltar. A outra opção é ceifar a vida em outro método e correr o risco de traumatizar quem primeiramente veja seu corpo já desanimado. Como fez Chorão ao consumir um coquetel de drogas e ser encontrado caído no próprio apartamento. Ou seu parceiro, que deve ter sentido o golpe, Champignon, que meses depois resolveu acabar com a passagem na Terra com um tiro na cabeça.
E eis que sobra a dúvida se o teu ato vai atrapalhar e jogar pra baixo a vida dos que ficaram desiludidos com tua sincera e pesada decisão, que, na mesma moeda da sinceridade, esperamos que eles não repitam tua última ação. O certo é que a cada dia sinto o peso maior, a contáveis (ou incontáveis?) passos de tirar todo o peso carregado, somado, esmagador. Descrente na esperança que move alguns e em outro move por simplesmente mover. Mais textos virão, mais páginas da vida de todos vocês leitores. Assim, ainda em algum fio, espero.
Jair