9 de setembro de 2013

Tombo na Escada


Uma nota sobre um assunto que impulsiona uma reflexão cabível a muitos outros.
Fico bastante indignado ao ouvir uma intimidação, uma espécie de barreira verbal em frases lançadas como "Quem é você? Quem é você para mudar/contestar/QUESTIONAR isso?". É uma forma de impor limites, de tentar censurar quem esteja ou sente-se prejudicado com erros.
A maneira de menosprezar a opinião alheia baseada em cargo, poder aquisitivo ou grau de instrução (estende-se a vários estereótipos) de um indivíduo deve ser repudiada. Ao mesmo tempo, uma linha de raciocínio que julga ou menospreza nessas condições, talvez por sentir-se confortável nas classificações citadas, pode defender o erro e sua impunidade. Com um exemplo banal, é como se um dentista pudesse estacionar em uma vaga proibida e não ser questionado por algum funcionário de um posto de gasolina, por exemplo. E por quê? Ora, porque o infrator é dentista. O justiceiro na encenação seria um sujeito sem alto grau de escolaridade e mal remunerado. “Quem ele pensa que é?”
Não pretendo abordar situações em que o embasamento e a opinião profissional são realmente essenciais e devem, sim, possuir um referido valor. A questão toda de indignação passa pela ação: poder acima da ética.
Repúdio. Até porque, nessa tomada social como uma escada, os que menosprezam degraus mais baixos, talvez esqueçam que não estão no topo. E quem sente-se no topo em determinadas "classificações", não ocupa a mesma posição em outras escadas.