Bastante sociável ao que se acostumou a todos os membros da família, sobretudo após sua cirurgia de castração. O momento mais difícil e delicado destes meses todos, pois, além do que consideram um procedimento simples de pequeno corte, Mel estava grávida de filhotes, que tiveram o processo abortivo.
A ideia inicial não era tecer linhas especificamente sobre Mel e seus comportamentos e principais características. Ao que o navegar do ritmo que tomou o texto me obriga a citar suas peculiaridades e surpreendentes artimanhas, quando, em menos de um minuto de descuido, adentrou ao quarto de minha mãe e passou a afiar as unhas no sofá. Em outro momento, aproveitou o estreito espaço de uma fresta na janela de acesso à lavanderia e saltou para dentro do local onde estão guardadas suas rações. Para completar a sequência, toda ocorrida após sua castração, Mel conseguiu subir em uma de nossas árvores com o objetivo de caçar pombas. Pensava eu que só teria chance quando as pequenas aves estivessem no chão, mas nos surpreendeu com tamanha destreza e agilidade, como os gatos costumam superar qualquer subestimação de suas capacidades.
Enfim, a ração. É verdade, a ração. Foi minha ideia inicial destrinchar um pouco do debate acerca da comida que está entre suas favoritas e, nos últimos tempos, como a mais constante presença nas refeições. Como o produto industrial agradou Mel desde seu primeiro contato com ele, minha mãe acreditou que Melissa tinha donos anteriores, os quais a alimentavam com ração. Porém, entretanto, todavia, um pouco possessivo de minha parte em pensar que adotamos essa menina de rua e agora a confortamos com lares estendidos e comida de qualidade. Defendo que o produto industrial da ração imite tão bem os aromas, gostos e densidades das comidas naturais que o animal sente-se sem alternativas, a não ser a escolhida por Mel: comer de bom grado, contente que um único alimento una tantas características que ela considera cruciais para definir seu apreço.
Mel come a ração na quantidade que lhe for apresentada e possível. Limpa a travessa de isopor com mais agilidade do que quando se trata de outros alimentos, os naturais. Não gosta muito de linguiça, aceita galinha e mantém a fama dos gatos de adonarem-se de frutos do mar quando servidos.
Enfim, Mel é das grandes alegrias que 2017 me trouxe. E, no fim das contas, mais agradável falar de seus hábitos e sua importância em nos entretermos, eu a ela, ela comigo, do que comentar do poder da indústria, não é mesmo?
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