É um impasse, uma situação bilateral, uma faca de dois gumes. Entre os breves momentos especiais em que a felicidade ali se fez presente, mesmo tímida. São os melhores momentos às vezes os não tão bem planejados. Sem a criação dominante e perversa da expectativa, tomam forma e nos surpreendem.
Aí, neste impasse, não foi planejada a utilização de câmera para registros, simplesmente aconteceu. O registro fica por conta da, sujeita a alterações futuras, memória. Outros momentos são estrategicamente desenhados como plantas de prédios, mas não se concretizam. A câmera estava ali para registrá-los para, sem mudanças, tentar reproduzi-los através da foto. Mas, no X da questão, os momentos não ocorreram como o ferronho plano. Ou, por outro lado, aconteceram, mas estavas ocupado demais pensando em como registrá-lo para resgatar no futuro, e não te preocupaste em vivenciá-lo em tempo real. Gente que tira fotos demais em um show, mas não acompanha de corpo e alma, a letra e a melodia da música tocada, porque o dedo e o cérebro estão dando atenção ao gatilho da câmera fotográfica.
Voltamos a temas como as fronteiras sutis, entre um simples registro, talvez de uma foto, o suficiente como lembrança, ou o pecar pelo exagero: fotos demais que te ocuparam no tão sonhado momento. Seja o evento que for, não deixe de vivenciá-lo, primeiramente, em primeiro plano, teus olhos e demais sentidos como os registradores principais de cada cena. A câmera só capta o que a câmera vê, todos os outros % são contigo.