11/01/2025

Profundezas

Sou todo profundezas

Que pena

Que a sociedade me apequena 

Dezenas

De verstas subterrâneas 

Reações espontâneas

E verdades subcutâneas 

Natureza 


Profundezas

Que pena

A sociedade me obriga a ser raso

A caber em pequenos vasos 

A explorar os casos sempre os mesmos

E assim ir-me sempre mais cedo

Decepcionado 

Racionado, tão pouco irrigado

Desavantajado 


Profundezas

Mergulho cada vez mais fundo

Bato a cabeça no que é raso

Na parede do labirinto 

E a sede seduz no instinto

E a luz logo se apaga

E o preço que se paga 

Pagonismo 


Profundezas

Na sociedade das certezas 

Dúvidas surgem sempre imundas 

Queimadas já foram muitas

E muitas serão 

Escuridão 

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