a janela bate com o vento
na constância de um ritmado pêndulo
faz pensar minha decisões vividas
faz pensar as que ainda serão decididas
faz pensar em como todas doem
faz pensar onde elas podem
me levar
o vento sopra na sua inconstância
me leva daqui aos tempos de criança
às vezes leva embora às vezes traz
minhas ânsias
às vezes a paz forma com ele aliança
e com vento a janela balança
traz com ela o corvo de alan poe entre outras
lembranças
e se hoje a umidade não a embaça
do corvo e dos tempos restam sobre ela
carcaça
o vento animado ou só fazendo seu trabalho
rebatendo-se nos galhos das plantas
traz maior preguiça para quem se levanta
traz a esperança a quem fica deitado
o vento personagem central audível
de acordo com quem ele contata
bate na murada, na calha e na estátua
bate na escada, nas folhas farfalha
em tabela da janela aos meus ouvidos
trilha sonora dessa hora dos pensares
desconhecidos
se sobrepõe por novos caminhos
entre idos e vindos - trajetos perdidos
entre os achados segundas domingos
e álbuns de fotos há tempos sem carimbos
pelos carinhos há muito acabados
pelos clamores há muito apagados
pelos amores que já não me desperta
não é possível com esse vento deixarem
janela aberta
Todo lindo s2
ResponderExcluir