paraaaaadooo
na frente do Ocidente
em Porto Alegre
a febre é uma lebre
me contagia
no ritmo dos dias
paraaaaadooo
na frente do Ocidente
em Porto Alegre
a música distante
e passa muita gente
a febre se expande
num instante tá doente
parado
na frente do Ocidente
paraaaaadooo
parado o taxista
no seu canto da pista
olhando o movimento
compara gerações
reza baixo seu lamento
em Porto Alegre
paraaaaaadooo
o uber dentro do carro
esperando no aguardo
pela próxima chamada
lá pra perto de Alvorada
nas bandas do Rubem Berta
o celular apita
motora quase levita
e sai com toda pressa
sem ligar a seta
em Porto Alegre
paraaaaadooo
pela Cidade Baixa
olhando o movimento
o ir e vir nas faixas
conferiu
o saldo no cartão da Caixa
mas levou o Banrisul
azul da cor do Grêmio
carregou
quando foi no Largo Glênio
Glênio Peres
no centro de Porto Alegre
paraaaaadooo
na principal do Moinhos
se sentindo sozinho
vendo o movimento
no Moinhos de Vento
atento
procurando por algo
que valesse a pena
ter descido o nível
ao nível do asfalto
e por alto
não encontrava
deu mais uma tragada
com nada a perder
em Porto Alegre
desceu
até o bairro da Tristeza
por uma mesa de boteco
um plano em anexo
pra tentar a sobremesa
se sentiu
descendo a tirolesa
que dessa vida ninguém sai
de forma ilesa
nem mesmo
nem mesmo ela mesma
em Porto Alegre
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