12/04/2018

Crônicas forasteiras

Escrevo esta abreviação com sono e calor, para que fique registrado. Não para iniciar em tons de desculpas, mas realmente porque assim me economizo tempo de pensar em uma grande abertura. Dito e feito, pelo centro eu recordava das antigas aventuras na cidade de Cruz Alta, das quais sinto muita saudade. Ter onde investir e ir atrás. Por pouco tempo de significado que seja.

Gosto muito da figura de forasteiro. Em parte, porque gosto absurdos de viajar e conhecer novas paisagens e quiçá algumas pessoas. Essa breve troca de experiências. Por outro lado, na impressão de que os lados femininos assim também o gostam. A boa impressão da figura estrangeira e forasteira, podendo investir sem o peso do compromisso. Demonstrando boas qualidades e se ausentando antes dos estouros negativos. Podendo marcar espaço pelas peculiaridades e diferenças regionais, em experiências e conhecimento de outras causas. Essa troca cultura é deveras interessante.

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer apontava para o direcionamento dos opostos. Ora, que maior e melhor oposição do que uma união de gente de diferentes tribos com alguns interesses e aproximações, sejam nas experiências, nos gostos ou no que desejam? Isso é ótimo. O clima de aventura, de descoberta e de marcar histórias favorece. A adrenalina de que algo possa dar errado também faz parte do imenso cenário e do imenso contexto. Poder dar algo errado na viagem em si, no conhecimento da pessoa ou nos fins experimentais. Tudo faz parte.

Se Schopenhauer apontava esse caminho a ser trilhado, que grande erro a própria Alemanha, fundamentada após no nazismo, cometia. Querer a exclusão de outros povos e a dominação de todas as fronteiras. Excluindo a diversidade, logo ela, a diversidade que tanto nos inspira e nos instiga. Um erro brutal sob todas as esferas analisáveis. Desde a crueldade na eliminação do diferente até esse ponto que encaderna nosso breve assunto de hoje.

Ah, mas sim, que saudade dessas experiências ainda alcançáveis, como é alcançável, com um maior esforço e distância de vista, a juventude que me pertence. Não tenho o mesmo ímpeto e cada bem monetário que adquiro, invisto para causas mais necessárias e urgentes, da alimentação ao transporte, consciente da dificuldade nacional dos presentes tempos. Golpe após golpe a machadadas, quem sabe reservar mais um tempo e acertar na escolha? Existem os leques que se apresentam e a escassez de saltos que podem ser feitos. Existem as escolhas e as renúncias e deve-se utilizá-las com determinada estratégia e inteligência, mas ciente da limitação dos tempos e oportunidades. Devant, camaradas.

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