Servo dos meus nervos
Me reorganizo
Após mais um temporal
De granizo
Após o final
E um início
Após o canavial
Incêndios, prejuízo
Ano em espiral
E o solstício
Alameda conjugal
Armistício
Me reorganizo
Sobre os ombros, umbral
Servo dos meus nervos
Conto carneiros
Procuro trevo especial
Espiritual
Entre terreiros e catedral
Entre os primeiros e
Quem ficou pro final
Entretenimento
É a terra em transe
Glauber Rocha imortal
Acendo tochas que se apagam
Afinal
Me reorganizo após outro temporal
De granizo
Pelos vidros do que sobrou
No umbral da arquitetura
Entretenimento é a ditadura
Mais dura impossível; colossal
Fartura em horário comercial
Fatura com débito programado
Oferta de tempo limitado
Tributação mensal
Próxima estação
Desembarque lateral
Ao lado de nada
O breu espiritual
Na caçada as almas
No umbral
Cabides, esfinges
Ritual
Grosso sal, grosso sal, grosso sal
E não sai
Servo dos meus nervos
Ritmo dos sinos da catedral
Sinagoga, sinais orientais
Rezas, chás, tapetes persas
Persianas e vitrais
Chamas e chagas espirituais
Hare Krishna e o caminho das Índias
E dias em que o sol não sai
E Dalai Lama e as centrais
De reclamações, de aclamações
Os umbrais
Os urubus
E os umbrais
Os urubus
E os umbrais
Os urubus
E os umbrais
Os urubus
E os umbrais
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