Ao mesmo tempo em que a modernidade, a globalização e as grandes empresas povoam os mais longínquos rincões da Terra, em um ar de familiaridade, de uniformidade e padronização de cada canto, tornando-os os mesmos, ao mesmo tempo perde-se a devota cultura ancestral, a particularidade, o enriquecimento, a soma, as diferenças que nos fazem mais fortes. Essas diferenças sejam elas étnicas na miscigenação, na beleza das diferentes arquiteturas, na soma gastronômica e culinária de nossos estômagos que anseiam o distinto. A diversidade de modelos, de possibilidades, de ruas, de escolhas, de cores, fragrâncias e estilos. A padronização global impõe as mesmas peças, os mesmos moldes, as mesmas formas e atitudes. Ao passo que nos dão a segurança de conhecermos como funciona um shopping center - palavras inglesas, estrangeiras, mas globais -, ou um aeroporto, nos tiram, nos podam o eterno anseio, a graça pelas novas descobertas, o calafrio inquietante diante do desconhecido, o enriquecimento cultural e uma das verdadeiras vontades que nos fazem deixar o sossego de nossas casas rumo a novas experiências.
Pontes estaiadas pelo mundo, numa uniformidade que nos orgulha estarmos defronte a uma delas como se estivéssemos nos Estados Unidos ou na China, mas que ao mesmo tempo nos bloqueia alguma das vontades de para lá nos deslocarmos. Fast foods globais, que nos dão a certeza do que pedir ao sair de casa, mas trazem um desnecessário conforto que não mais queremos. Queremos explorar o diferente, experimentarmos novas receitas e medicinas. Buscarmos novos gostos e tradições que nos acrescentem.
Um mundo que se uniformiza também se limita. A pobreza de opções nos sai cara. Os avanços milenares e globais também se deram pelos cultivos distintos, pelo comércio de importações e exportações e não pela boiada, eucaliptos ou soja que a tudo dominem entre nossas fronteiras.
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