Uma breve reflexão sobre os últimos anos de vida. Lembro perfeitamente quando, há quase uma década, me dedicava a fazer postagens sobre minha avó escalar a idade dos 82, 83, 84 anos em diante. Pois agora ela já está próxima dos 90. Está para subir ao degrau de 89 anos.
E essa expectativa que na infância é vista de forma tão vistosa e passageira, talvez com os pais lamentando o crescimento tão rápido e irreversível, nos últimos degraus da vida são dança em marcha lenta. É ponto morto em ladeira pouco íngreme. É travessia em calmaria, mar ou lagoa de poucas ondas, mãe ou avó de muitas rugas e ainda alguns sorrisos.
É como o andar de bicicleta, que na juventude é lisonjeiro e veloz, mas nas últimas idades é como voltar a colocar as rodinhas que auxiliam na bicicleta. Nada se assemelha mais aos anos infantis teimosos que os idosos e suas novas teimosias, 'que eu ainda consigo, que eu posso', e às vezes não pode mais. No caminhar trôpego, no passo devagar, a expectativa do inevitável. Quando se é jovem, muito se pode evitar no agir. Na última idade, a chamada única certeza da vida se aproxima. De carnê em carnê, de porta em porta. Ela geralmente bate algumas portas ainda antes do ser de esperada idade partir. É a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário