Uma mosca se debate contra minha lâmpada
Nessa lâmpada habitavam antes cupins
Talvez seja essa uma prova cabal
De que as coisas são mesmo assim
Moscas muitas vezes bateram contra minha janela
Independente da casa eu tinha de abrir para elas
Ou continuariam a se debater o dia todo
E conhecendo as moscas, a vida toda delas
Mosquitos muitas vezes me provocaram
Queriam meu sangue, me deixavam aflito
Mais do que o hábito hematófogo
Me agoniavam mesmo eram seus zumbidos
Baratas muitas vezes ganharam a batalha
Se eu pudesse, não entrava, eram minha falha
Se fossem voadoras, tanto pior o horror da hora
Que somente uma chinelada amenizava
Pancada com a sola
Enquanto escrevo isto a mosca se debate
Gostaria de deportá-la - talvez à Marte
Mas nem precisa tão longe, para qualquer parte
Deixá-la livre e com vida
Antes das derrotas cruciais o amistoso empate
Ó mosca que não habita sopa
Faz da lâmpada e seu entorno o baluarte
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