Não pretendo deixar filho
Nem conhecer o Japão
Nem me jogar sobre os trilhos
Nem na frente do caminhão
Não pretendo votar em direita
Ou conviver com quem
Nem converter em pesetas
As vidas de algum Iêmen
Não pretendo cursar cinema
Ou mais alguma matemática
Nem resolver mais problemas
Além do que me mata
Não pretendo ver (mais do que) 2 mil filmes
Nem ler (mais do que) 300 livros
Nem me esconder no insufilm
Da estrada para lugar nenhum
Só é livre quem vence o ridículo
Se não for assim deve ser desperdício
Não queria me desperdiçar
Mas também não quero vencer
Não pretendo me despedaçar
Nem unir os pedaços
Não pretendo me amarrar
A outros colapsos
Vastos são os erros
Na flor do asfalto os acertos
A economia é o soterro
Por sobre seus desafetos
Sem tetos
Considerados insetos
Ao sistema
Não pretendo vencer o sistema
Porque não posso
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