pensando sobre os extremos da luta pela sobrevivência entre as classes extremamente pobres e o tédio e a falta de sentido que trazem grandes índices de suicídio nos países nórdicos.
no fim das contas, a vida se mantém suspensa por cordas invisíveis e às vezes elas são cortadas.
no fim das contas, a vida não é apenas a luta pelo recurso que nos confere sobrevivência. nas sociedades mais bem sustentadas, mais bem apoiadas em itens de conforto, as pessoas perdem suas motivações. é preciso encontrar remotivações quando a maioria das buscas já está saciada no labirinto de desejos. o egoísmo é uma vertente muito forte, porque é assim mesmo que se aparenta essa constatação. enquanto a maioria não tem o que comer ou precisa lutar diariamente por isso, há minorias enfadadas por rotinas tediosas e despropositadas, com vontade de findarem-se.
nessa perspectiva apresentada, há a extrema pobreza e a pobreza batalhadoras por recursos, há um meio termo que dispõe de certo conforto, de certa quantidade de recursos, situada entre a miséria e o tédio, e há um alto escalão tedioso, com rotinas bem definidas, que pouco almejam, que pouco se remotivam a estarem vivos. é bem provável que no alto escalão também residam pessoas que preenchem seus vazios facilmente e nem se deem conta disso, essas são as melhor assessoradas, nem percebem a futilidade da existência.
no fim das contas, exigir que uma pessoa esteja viva pode ser uma prova de egoísmo, mais do que empatia. através do egoísmo, se exige que a pessoa fique, impedindo-a de partir para outro local, mesmo que este seja a morte. o desejo intrínseco pela permanência do ente pode ser uma camuflagem do egoísmo, pois a pessoa na verdade espelha seus próprios anseios, busca suprir suas próprias necessidades, afetivas ou materiais, através do outro. assim, a pessoa egoísta necessita do outro, muitas vezes querendo arrebatar-lhe muito mais do que pode servir em troca, no que se diz respeito aos recursos para o corpo ou para alma.
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