19/12/2019

marionetas

às vezes escrevo sem significado
apenas para não ficar entravado
na garganta
outra banca de palavras, um bocado

deve ser a maldita da metapoesia
que se mete e na minha mente
monta eucaristia
nos refúgios de meus subúrbios me habita
me visita e picha nos meus muros

desenha pelas ruas do passado
ordena pelas ruas do futuro
faz-se do meu lar inalterado
altera móveis, pedras e entulhos

metapoesia neta de outro poema
face da minha filosofia
crase somada, tese cravada
entre cravos, gerânios e orquídeas

metapoesia que se meta
para eu ver
até onde vão as marionetas
com vidas próprias
em meus dedos a escorrer

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