06/08/2018

Malgi Mágica

Começo esse registro ainda no domingo referente ao evento. Mas o concluo na segunda-feira seguinte. De forma especial, a equipe local de futsal, a Malgi se tornou campeã gaúcha pela primeira vez. Uma conquista inédita para a cidade no futebol de salão feminino. Um projeto de dez anos com vários parceiros, com começos e fins, mas a persistência falando mais alto. Ecoando pelos quatro ou mais cantos do estado. Adversárias da região metropolitana, extremo norte, centro gaúcho, Rodeio Bonito, Cruz Alta, Uruguaiana. Enfim, dessa vez ninguém foi páreo para o futsal pelotense. Uma conquista que muito orgulha em saber que a região ainda revela talentos e capta e acolhe bem aos talentos de fora. Assim desejamos.

De ano para cá, entendo cada vez mais a importância e subsistência dependente dos patrocinadores. Com cada nome lembrado e agradecido, a Malgi Futsal chegou lá. Após uma primeira fase invicta, vencendo pela primeira vez na sua (nem tão, hein) recente história o bom e tradicional time de Uruguaiana na fronteira oeste, a Malgi passou pelas adversárias do Figueira na semifinal com duas goleadas. Prontas para voos maiores, a decisão colocou de novo frente a frente as pelotenses e as uruguaianenses.

O jogo de ida saiu do habitual e terminou em placar final de 7 a 1. Simbólico e desagradável. Irreversível na primeira olhada. Mas o jogo da volta resolveria essa situação. A Malgi buscava seu primeiro título, enquanto a Celemaster de Uruguaiana tinha estrelas bordadas na camisa. Mas o belo uniforme predominantemente verde das pelotenses queria ostentar o estrelado no lábaro.

De pênaltis, nasceram os três primeiros gols na tarde de domingo (05/8) no ginásio do Paulista, tradicional clube rubro-negro do que se convencionou chamar zona norte da cidade de Pelotas, embora esteja situado num cruzamento que para alguns seria Centro, outros Cohabpel e outros Três Vendas, nas proximidades da chamada Curva da Morte.

Voltando da localização geográfica, os pênaltis. Cota foi a batedora oficial. A experiente jogadora cobrou os dois para a Malgi. O segundo para recolocar a vantagem no placar em 2 a 1. Duda, a que mais correu em quadra, se esforçou, batalhou, perdeu muitas no ataque, mas ganhou quase tudo na defesa, aproveitou um escanteio e fez 3 a 1. Detalhe que o escanteio foi cedido pela goleira adversária, que espalmou um chute forte, mas que iria para fora. Falei com meus botões que poderia ser bem aproveitada essa rara oportunidade. E assim foi.

O panorama da partida era de muita pressão das uruguaianenses. Imprimiam mais velocidade, mais jogadas combinadas. A goleira Dani desde o primeiro tempo segurava-se para sagrar-se a melhor em quadra na decisão. Defesas de todas as formas. A competência, o treino, o reflexo, a sorte nas quatro letras de Dani.

Uma dividida não ganha, uma bola que sobrou melhor na área e a Celemaster voltou ao jogo reduzindo o placar para 3 a 2. Assim zerou o cronômetro do primeiro tempo. A etapa final seria de uma demora tremenda. O relógio não caminhava. A pressão era enorme. A Malgi precisava da vitória no tempo normal para levar para prorrogação. Com unhas e dentes e bicos e todo tipo de doação na marcação, as alviverdes se fechavam na defesa. Dani seguia sua tônica no jogo. Maurício arrumou a Malgi em um esquema de 3-1 (só uma jogadora na frente) para defender o 3-2 no placar.

Evelyn era um raio de sol na quadra, cortando como um saibro de luz a marcação das adversárias. Raras saídas em velocidade e desafogo para a defesa. A pressão maior foi no último minuto. No placar imóvel da etapa final, goleira-linha na Celemaster. Alguns trabalhos explorando a amplitude da quadra com jogadora a mais na armação, mas aproveitamento ruim e marcador congelado no 3 a 2 que serviu para Malgi.

No arranque da prorrogação, o placar zerado. Caso de persistência de empate, pênaltis. Mas Cota, sempre ela, estourando qualquer sistema de cotas de participação dela sendo decisiva, girou em cima da marcação e chutou sem chances para goleira. O golaço da partida, o golaço da final, sem dúvida alguma. Vibração no ginásio de novo e Malgi na frente agora pelo desempate.

O panorama do fim dos fins foi semelhante ao final do segundo tempo. Pressão e pressão e desejo da passagem do tempo. O estouro do cronômetro finalmente veio e o ginásio enfim comemorou. Malgi campeã pela primeira vez. Cota, a artilheira da experiência no jogo, Dani, a segurança, Duda, a guerreira corredora, a esforçada Bruna, a praticamente assistente técnica Dani mais alta, a habilidosa Evelyn, a multifuncional Paola e demais combatentes. Título mais do que merecido em um clube que faz trabalhos físicos, técnicos, táticos, nutricionais e, importante item, psicológicos. Malgi cada vez mais referência no Futsal Feminino.

Malgi Campeã
Foto: Gabriel Huch - Diário Popular
  



Texto do site da Malgi sobre a conquista
Por: Victor Thompsen
A Taça RS 2018 é da Malgi/CAVG. Jogando em Pelotas, as meninas reverteram o resultado adverso do primeiro jogo da decisão e após uma vitória por 3 a 2 no tempo normal, derrotaram a Celemaster por 1 a 0 na prorrogação e ficaram com o título do primeiro turno do Estadual 2018.
Reforço importante
Para a partida deste domingo, a Malgi contou com um reforço de peso. Melhor fixa do Estadual 2017, Keka voltou as quadras após sete meses se recuperando de uma cirurgia para corrigir uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
Primeiro tempo movimentado
Reforçada por Keka e pela torcida que lotou o ginásio do Paulista, a Malgi buscou o gol no inicio da partida, Na primeira chegada Cota recebeu de Dudinha e finalizou para fora. No lance seguinte, após bate rebate na área a bola bateu na mão de uma das jogadoras da Celemaster, o arbitro da partida assinalou pênalti, Cota foi precisa na cobrança e abriu o placar. Dois minutos mais tarde em lance semelhante na área da Malgi o arbitro da partida marcou pênalti para a Celemaster, Gabriela foi para a bola e deixou tudo igual 1 a 1.
A ala da Celemater era a principal jogadora das visitantes e aos 12 minuto, ela só não virou por que Karina de carrinho tirou a bola em cima da linha. Pouco depois, após ataque rápido da Malgi, Evelyn tentou a finalização e mais uma vez a bola bateu na mão da jogadora da Celemaster, Cota foi para a bola mais uma vez e mandou no ângulo, Malgi 2a1
.
Após o segundo gol, a goleira Dani começou a se destacar pelo lado da Malgi, foram ao menos três intervenções cirúrgicas da goleira evitando o empate da Celemaster. A resposta da Malgi, por sua vez foi certeira, quando faltavam pouco mais de três minutos para o final do primeiro tempo, Cota em cobrança de lateral achou Dudinha na área, a ala finalizou de primeira para marcou o terceiro. Um minuto mais tarde Becha aproveitou sobra dentro da área e mandou para as redes, 3 a 2. No fim, Dani voltou a aparecer e com duas grande defesas evitou o empate.
Segundo tempo nervoso
Se as emoções já eram grandes no primeiro tempo, elas ficaram ainda maiores na segunda etapa. Com o resultado que levava o duelo para a prorrogação, Malgi e Celemaster fizeram um segundo tempo eletrizante, onde quem chamou a atenção foram as goleiras. Logo no primeiro minuto, após jogada ensaiada de lateral, Larissa chutou de bico, raspando a trave.  Pouco depois foi a vez de Dani aparecer, Becha fez jogada individual e chutou forte, a goleira da Malgi mandou para escanteio. No lance seguinte Tiphane acertou a trave e no rebote Dani operou um milagre para evitar o empate da Celemaster.
Atrás no placar e precisando de um empate para garantir o título, a Celemaster se lançou ao ataque e Dani brilhou mais um vez ao fazer grande defesa em chute de Gabriela. Quando Dani não defendeu, Dudinha e Tuigui se jogaram de carrinho e evitaram o empate.
Inspirada, Dani voltou a aparecer mais uma vez para evitar o gol de Becha. Na sequencia Dani fez outra grande defesa para evitar o gol de Duda. A resposta da Malgi veio com Cota que completou lançamento de Keka para defesa de Laís.
Muito disputada a partida contava com forte marcação de ambas as equipes e aos 15 minutos do segundo tempo, a Celemaster estourou o limite de faltas. Na cobrança do tito livre, Karina chutou forte a direita de Laís. No minuto seguinte Evelyn fez grande jogada individual e finalizou de bico na trave.
Numa das últimas oportunidades de conquistar o empate, Gabriela avançou pela direita e chutou rasteiro, Dani apareceu mais um vez e garantiu a vitória. Com o resultado a partida foi para a prorrogação.
Gol relâmpago
Sem nenhuma vantagem na prorrogação, as equipes precisavam ir para cima para buscar o título e a Malgi foi cirúrgica em seu primeiro ataque. Em bela jogada ensaiada de lateral Dudinha achou Cota na área, a pivô girou sobre a marcação e chutou no canto, para marcar aquele que seria o gol do título, o 12º dela no Estadual em oito jogos. O gol animou a Malgi e Dudinha em duas oportunidades, quase ampliou. Lais apareceu bem e evitou o segundo gol da Malgi. Pouco depois foi a vez de Larissa para na goleira adversária que espalmou para escanteio,  Definindo o placar do primeiro tempo.
Força defensiva garante Taça
No segundo tempo da prorrogação, a dedicação defensiva da Malgi fez a diferença. Incansáveis, as meninas brecavam todas as investidas ofensivas da Celemaster. Quando ninguém interceptava as ações, Dani mostrava segurança lá atras. Ela apareceu mais uma vez nos minutos finais para defender chute de Dani Fleitas.
Na última oportunidade do jogo, Keka por pouco não coroou o título com um golaço. Evelyn pegou a bola na quadra de defesa e foi enfileirando as adversárias, foram três jogadoras da Celemaster que ficaram para trás, com direito a caneta. A ala ajeitou na entrada da área e rolou para Keka que dominou e chutou no canto, Lais espalmou. No fim a Celemaster até colocou a goleira linha, mas não evitou a vitória das Pelotense.
Com o resultado a Malgi se sagrou Campeã da Taça RS, primeiro turno do Estadual. Garantiu uma vaga na decisão geral do Estadual e de quebra garantiu vaga em uma competição nacional para 2019, Taça Brasil (caso seja campeã Estadual) ou Copa do Brasil (em caso de vice-campeonato Estadual).
Agora as meninas voltam o seu foco para mais uma decisão, na quinta-feira dia 9, as meninas entram m quadra para tentar o tetracampeonato do Jogos Abertos de Pelotas.
Campanha
8 Jogos
7 Vitórias
0 Empates
1 Derrota
35 Gols Marcados
16 Gols Sofridos
19 Saldo
87,5% de Aproveitamento

Nenhum comentário:

Postar um comentário