04/08/2017

Hi, Way

São mais de três horas da madrugada, escrevo como que por um estalo. Escrever é uma das atividades que mais se parecem com o fluir do fogo. Estalo, fagulha, atrito e a queima que se segue. Que segue estalando e se desenvolvendo, que molda labaredas, calor e alívio para quem foge do frio. Ou do vazio.

Acabo de ler um texto alicerçado por Ronaldo Nazário, justo ele que costumou escrever suas melhores histórias enquanto conduzia e tratava com carinho da bola, ao driblar defensores, dificuldades, obstáculos e marcar gols. Não faço ideia quem colocou devidamente o texto no papel ou, no caso, na internet, mas foi uma bela construção. A vida dele e o resumo, no qual ele menciona sua arte de construir e buscar a realização de sonhos. Um sonhador que fez sua parte desde a infância: a de sonhar e acreditar.

Em meios tempos, creio que eu tenha feito a minha parte de sonhar a acreditar, desde a infância. Foram ótimos tempos em atividades semelhantes, como a de jogar bola. A de sonhar escrever as minhas histórias e outras histórias. O jornalismo. Fiz minha trajetória pelas portas que entrei e gostei de ter entrado.

Concluí o curso de Jornalismo como um dos mais jovens de minha classe. Sempre em um sentimento de que preciso aprender mais do que a maioria das pessoas em volta. No sentimento de que meu tempo não é o mesmo das pessoas que me cercam. Ciente de minhas necessidades e de algumas barreiras que enfrento. Mas fui superando.

A bem da verdade, preciso fazer muito mais. Creio que preciso fazer mais por mim mesmo. E mais um pouco para agradar às pessoas em volta, sobretudo o suporte de minha família.

O aprendizado em viver e sobreviver. Quanto aos sonhos, gostei da perseguição de alguns, gostei das etapas concluídas de outros. A linha de chegada é só uma linha que alguém botou lá, então sinto a estrada como um eterno meio. Sempre deixamos algo para trás, mas o meio está em nosso pleno movimento. É o agora. Gosto de pensar assim.

Busquei momentos que demoraram a acontecer, mas aconteceram. Eeeeentre eles, o título do Grêmio, sim. Encontrei mais do que eu podia esperar em qualquer altura da vida a cidades ao norte. Me pergunto sobre sonhos, buscas e vivência. Quando a gente sabe que encontra? Ou por que encontra? Ou, quem sabe, por que a gente queria encontrar?

Gosto das atividades de vaguear, vivências, experiências, coletas, tempo só, antropologia, perfis, esconderijo, convívio, tempo só, registros, escritas, tempo só, natureza, instinto, debate, tempo só, filosofia, tantas perguntas, tanta gente sofrida que as quero ajudar. Me sinto muito mais como um comunicador de poucas pessoas sintonizadas do que um médico que atende caso a caso.

Por mais que volitem, esvoacem e adejam essas experiências, tampouco penso que eu exercite o verbo saber. Jogamos para ampliar nosso leque de perguntas. Saber o que perguntar muitas vezes é mais importante do que as respostas.

Das poucas situações que eu saiba, sei que posso dar uma boa parada sobre determinadas buscas. Inclusive creio que isso me ampliaria muito as atividades em determinados aspectos, a pensar em um futuro até mesmo breve. Há bastante o que se discutir na concepção de sonhos. Quem dera apetecer-me de forma tão certeira quanto Ronaldo, o Fenômeno. Abrem-se estradas. Escolhas. Renúncias. Esperas. Gols de Pedro Rocha. High. Highway.

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