A grande diferença do internato, apesar do policiamento em volta em alguns momentos, é que um grupo radical e ditatorial tomou conta da situação. Ameaçavam e queriam, de toda forma, organizar os viventes. Pois bem, logo em uma das primeiras cenas do sonho, mandaram-nos formar uma fila. Haviam recém tomado as rédeas da situação no que parecia uma prisão de segurança mediana.
Como era um dos mais velhos, me desloquei para entre os últimos da fila, mesmo notando umas pessoas de 2 metros e tanto. Estes sim, ocupantes das últimas posições das fileiras iniciadas por crianças.
No que percebo, à minha frente, está Gustavo L., conhecido dos últimos anos, exímio jogador de camisas vermelhas, de finalização impecável e armação de jogo esperto. Não muito rápido nos movimentos, mas todavia inteligente. Ele saca um pedaço de papel preenchido com outras coisas e começa a desenhar e logo me mostra um logo de Pokémon, uma Pokebola, algo assim. Acho interessante sua habilidade de desenhar tão rápido e com tamanha precisão.
Mas os de arma em punho não querem saber e desaprovam desenhos, sabe-se lá o porquê. Me livro dele, mas a menos de dois metros de mim. À esta altura, Gustavo já deu no pé e nunca mais foi visto (no sonho). Nosso artista contra o movimento ditatorial.
A caneta com a qual ele fez o desenho é preta, descubro que me pertence e ele devolveu-a. Mas é um risco tê-la no bolso quando pode ser identificada como a de autoria do desenho. Jogo a caneta para trás e ela para junto a uma parede, também a menos de dois metros de mim. Na situação, estava eu parado, o desenho um metro à frente, a caneta jogada, solitária, um metro atrás, junto à parede do fundo, onde estavam os últimos da fila.
Então, já havia alguns jovens dispersos, mas eu não consigo me dispersar por um certo pânico que me paralisa. Eles catam o desenho, estão furiosos e procuram o responsável. Ninguém assume, ninguém viu Gustavo, ninguém me viu? Ninguém dedura. O chefe, um magro, de cabelos mal cuidados, com raiva e que associo ao tráfico, até troca palavras comigo. Respondo com cautela, mas não me amedronto em responder.
Ele então pede para todos os permanecentes nas filas para pegarem seus lápis e canetas e, para minha surpresa, todos tiram os objetos de escrita dos bolsos, como se estivessem prontos para um vestibular. Eu descubro outra caneta em meu bolso e me sinto mais seguro. Porém, há também outra caneta preta assim como a que tentei me livrar. A primeira pode ser associada a esta e fico preocupado.
O chefe do grupo pensa que o desenho havia sido feito na hora, mas eu discordo dele e o induzo a pensar que um desenho tão bem elaborado deve ter sido feito anteriormente. Não daria tempo de caprichar tanto naquele momento. Ele considera minha opinião e, por hora, me livro dessa situação complicada.
![]() |
Caneta Bic preta utilizada no crime do internato |
Nenhum comentário:
Postar um comentário