Na quarta-feira passada (10), tive a oportunidade de acompanhar um jogo da seleção brasileira enquanto imprensa. Deixo no equivalente ao que seria o lead dessa crônica, mais uma vez, o agradecimento ao site VAVEL Brasil, no qual deixo minhas palavras em tom informativo há quase um ano, e que permitiu meu credenciamento.
Já faz quase uma semana da experiência para o marinheiro de primeira viagem em grandes eventos. Estou somente acostumado a cobrir jogos do Grêmio Atlético Farroupilha, da terceira divisão gaúcha. Talvez minha situação de rotina e a da oportunidade somem um dos maiores abismos do mundo do futebol. Pensando comigo, temos o caso de um clube que luta para sobreviver, atualmente na última das divisões estaduais de um estado judiado. Do outro lado, a seleção mais badalada do mundo, com muito dinheiro à mostra e muito dinheiro às escuras nos sujos bastidores.
Ironicamente, recebemos, os outros dois redatores e eu, a chance de tamanha cobertura do amistoso Brasil e Honduras (alerta de rima não proposital) justamente na corda mais bamba da polêmica história da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Os escândalos tomaram conta dos noticiários esportivos. A Fifa e a entidade brasileira passam por um período de intensa metamorfose e turbulência pela corrupção em que seus cartolas as soterraram.
No evento em si, no estádio Beira-Rio - mais uma ironia por se tratar da cancha do maior rival ao meu clube de torcida, o Grêmio -, pude vivenciar e confirmar duas situações que me desagradam. A torcida, com a chuva que se alojou no Rio Grande do Sul durante toda a semana passada, foi a mais pífia possível em termos de apoio.
Talvez as torcedoras do fã-clube de Neymar Junior, localizadas próximas ao escanteio, fossem as mais animadas e fiéis. De resto, muita gente pouco acostumada ao esporte e que acha normal vaiar e menosprezar qualquer jogada que não lhe agrade aos olhos.
Ali no campo, com pingos e pingos ininterruptos, os lobos das fotografias e filmagem de jogos até trocam piadas, mas querem mais é uns comerem os outros. Dog eat dog, man. É o show tendo que continuar. Um dos "colegas" da noite teve problema com sua câmera e cedi meu humilde material para ele terminar o trabalho. Capturou algumas fotos de Neymar e Douglas Costa - justamente os autores dos gols na estreia da Copa América contra o Peru.
Talvez muito agradecido pelo meu gesto de bondade, ele seguiu a puxar assunto comigo e ajudou-me, juntamente com meus colegas de VAVEL a terminar a missão após o jogo. Atualmente no Rio de Janeiro, Daniel trabalhou anteriormente no próprio Inter, em Porto Alegre. Deu dicas sobre o funcionamento das coletivas e zonas mista de imprensa e sobre o trânsito na saída do estádio até a rodoviária, nosso destino.
Mas houve bons momentos sobre as pessoas, apesar dos olhares de reprovação pela minha fisionomia de 15 anos no meio da aldeia dos que são o ápice da experiência. Lembrar do cadeirante bem humorado quando o pessoal da reportagem colocou os guarda-chuvas impedindo sua visão. Ele chiou, mas levou tudo numa boa.
Fora isso, é tudo muito diferente do interior. São olhares de desconfiança entre as pessoas, um ambiente em que fica claro a frieza e o "cada um por si" como máxima. Os próprios jogadores não pareciam ligar tanto para a torcida. Chateados com as vaias, será?
"Ah, mas na hora do hino existe a união", podem pensar. É, mas como é comum em Porto Alegre, o pessoal do estádio mandante canta em favor do seu clube sobre a melodia nacional de letra contestável. "Vamo, vamo, Inter", se ouviu bastante.
Assim, despedi-me da noite podendo realizar o gesto do empréstimo da câmera ao colega de imprensa. Um dos poucos exemplos de cooperação num espaço onde cada um se protegia da sua chuva, os preços de cada pipoca deviam ser estratosféricos e a lentidão do trânsito de saída encarada com impaciência com os demais.
Ah, e a seleção fez 1 a 0, gol de Firmino, EM ASSISTÊNCIA de Filipe Luis. Pelo menos na hora da foto da comemoração, a união fala bastante alto. Foto é minha mesmo porque eu estava lá para isso.
Já faz quase uma semana da experiência para o marinheiro de primeira viagem em grandes eventos. Estou somente acostumado a cobrir jogos do Grêmio Atlético Farroupilha, da terceira divisão gaúcha. Talvez minha situação de rotina e a da oportunidade somem um dos maiores abismos do mundo do futebol. Pensando comigo, temos o caso de um clube que luta para sobreviver, atualmente na última das divisões estaduais de um estado judiado. Do outro lado, a seleção mais badalada do mundo, com muito dinheiro à mostra e muito dinheiro às escuras nos sujos bastidores.
Ironicamente, recebemos, os outros dois redatores e eu, a chance de tamanha cobertura do amistoso Brasil e Honduras (alerta de rima não proposital) justamente na corda mais bamba da polêmica história da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Os escândalos tomaram conta dos noticiários esportivos. A Fifa e a entidade brasileira passam por um período de intensa metamorfose e turbulência pela corrupção em que seus cartolas as soterraram.
No evento em si, no estádio Beira-Rio - mais uma ironia por se tratar da cancha do maior rival ao meu clube de torcida, o Grêmio -, pude vivenciar e confirmar duas situações que me desagradam. A torcida, com a chuva que se alojou no Rio Grande do Sul durante toda a semana passada, foi a mais pífia possível em termos de apoio.
Talvez as torcedoras do fã-clube de Neymar Junior, localizadas próximas ao escanteio, fossem as mais animadas e fiéis. De resto, muita gente pouco acostumada ao esporte e que acha normal vaiar e menosprezar qualquer jogada que não lhe agrade aos olhos.
Ali no campo, com pingos e pingos ininterruptos, os lobos das fotografias e filmagem de jogos até trocam piadas, mas querem mais é uns comerem os outros. Dog eat dog, man. É o show tendo que continuar. Um dos "colegas" da noite teve problema com sua câmera e cedi meu humilde material para ele terminar o trabalho. Capturou algumas fotos de Neymar e Douglas Costa - justamente os autores dos gols na estreia da Copa América contra o Peru.
Talvez muito agradecido pelo meu gesto de bondade, ele seguiu a puxar assunto comigo e ajudou-me, juntamente com meus colegas de VAVEL a terminar a missão após o jogo. Atualmente no Rio de Janeiro, Daniel trabalhou anteriormente no próprio Inter, em Porto Alegre. Deu dicas sobre o funcionamento das coletivas e zonas mista de imprensa e sobre o trânsito na saída do estádio até a rodoviária, nosso destino.
Mas houve bons momentos sobre as pessoas, apesar dos olhares de reprovação pela minha fisionomia de 15 anos no meio da aldeia dos que são o ápice da experiência. Lembrar do cadeirante bem humorado quando o pessoal da reportagem colocou os guarda-chuvas impedindo sua visão. Ele chiou, mas levou tudo numa boa.
Fora isso, é tudo muito diferente do interior. São olhares de desconfiança entre as pessoas, um ambiente em que fica claro a frieza e o "cada um por si" como máxima. Os próprios jogadores não pareciam ligar tanto para a torcida. Chateados com as vaias, será?
"Ah, mas na hora do hino existe a união", podem pensar. É, mas como é comum em Porto Alegre, o pessoal do estádio mandante canta em favor do seu clube sobre a melodia nacional de letra contestável. "Vamo, vamo, Inter", se ouviu bastante.
Assim, despedi-me da noite podendo realizar o gesto do empréstimo da câmera ao colega de imprensa. Um dos poucos exemplos de cooperação num espaço onde cada um se protegia da sua chuva, os preços de cada pipoca deviam ser estratosféricos e a lentidão do trânsito de saída encarada com impaciência com os demais.
Ah, e a seleção fez 1 a 0, gol de Firmino, EM ASSISTÊNCIA de Filipe Luis. Pelo menos na hora da foto da comemoração, a união fala bastante alto. Foto é minha mesmo porque eu estava lá para isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário