15/12/2014

Velejando, viajando, sol quarando

Percebo, lá pelas tantas (antes tarde do que nunca?), os efeitos e consequências pelo que se faz ou se deixa de fazer. São duas possibilidades, no mínimo. No exercício de procurar a palavra certa, encontro uma mais gasta do que qualquer solado: trouxa.

Há, também, no mínimo duas possibilidades de ser trouxa. Pode ser pelo que você faz. Ou pode ser pelo que não faz. Faço poucos esforços. É uma autocrítica reconhecida de outrora.

Tenho tamanha dificuldade em acompanhar ritmos na longa highway. Tento ditar o meu, parando aqui e acolá. Difícil alcançar a parada do ônibus no momento certo de sua passagem. Sem paciência, às vezes sigo a pé. Complicado acompanhar os passos de quem vem ao lado, mesmo que venha com intenções de somar. Logo, cedo ou tarde, tô em outro ritmo. Segui em frente. Ou fiquei pra trás. Trouxa, se eu fiz demais. Trouxa, se pouco fiz.

Exatamente porque posso ter emaranhado demasiadamente uma rede em que não posso controlar, prosseguir. Em contrapartida, posso não ter armado a rede em que eu gostaria de estar e usufruir. De todo modo, parece uma regra, que não há como sair ao mar sem sentir a tempestade. Por vezes, mais densa e mais turva. Vai ser passageira, mas vai deixar marcas. No marinheiro e em seu navio. Ambas difíceis de curar.

A política da América Central deve rir por estar mais controlada que a tua highway. Vale até abrir uma tequila em nome da causa. Vou seguir minha missão trouxa a cada parada para amarrar os tênis, em cada parada para um por do sol. A cada oásis no deserto. A cada crase após o verbo, seja a quem for. A sofrer os efeitos e consequências de navegações passadas. Em um barco sem nome fixo tatuado no casco.

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