"Nascemos para quê? Para sermos mais uma gota no meio do oceano?", ela disse em meio ao diálogo. Importante despertar de ideia, naquela incessante inquietude pelo "quem somos?". Existe uma legião bem grande de gotas espalhadas por aí. Podem parecer e se assemelham em muitos aspectos, mas não são iguais.
Há gotas que gostas mais. Há gotas que gostas menos. Há gotas que parecem vir ao mundo somente para secar outras gotas. Há gotas que escorrem lindamente juntas, se entrecruzam e persistem lado a lado.
Eu, enquanto gota, onde quero ir? Busco escorrer por mim mesmo e sem ser soprado. Contra a lei da gravidade das gotas que escorrem pelo vidro do carro em um dia chuvoso. Contra a maré que indica o caminho às gotas do Índico, que atalha a jornada às do Atlântico.
Gota a gota, me misturo e levo um pouco das outras gotas e espero que levem um pouco de mim também. Talvez isso justifique nossa passagem escorregadia e incerta por aqui. Como uma gota de chuva que, da poça, evapora, volta ao alto e novamente desce. Estabelece alguns ciclos. Uns a mantém a viva. De outros, ela quer fugir.
Gota a gota, me misturo e levo um pouco das outras gotas e espero que levem um pouco de mim também. Talvez isso justifique nossa passagem escorregadia e incerta por aqui. Como uma gota de chuva que, da poça, evapora, volta ao alto e novamente desce. Estabelece alguns ciclos. Uns a mantém a viva. De outros, ela quer fugir.
Gotejando e cortejando. Ando e ando. Gerúndio. Chovendo e evaporando, pelos poros e os poréns. Voando e vou indo, pelas flores e pólen.
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