09/10/2014

Pequeñas cosas pequeñas

Uma vogal a mais na digitação. Um pingo sobre a letra I mais desenhado na caligrafia a ti endereçada. Uma entonação mais aproximativa no telefone. As pequenas mudanças comunicacionais que nos fazem sentir bem. A simplicidade como o aroma do café sobre a tranquilidade da mesa. Ou sobre o caos ao redor, mas com a bebida dotada de cafeína como oásis no deserto de quem busca paz, sossego ou inspiração.

A grama na sua tonalidade mais verde possível, sob os disparos do regador das nuvens. Biosfera de tantas minúsculas espécies, biosfera do nosso imaginário na procura por algo certo em meio às sarjetas e calçadas imundas. The Kooks no fone de ouvido, enquanto a fofoca é menina livre nos arredores. O violão de algum MTV unplugged dos anos 90, do formato mp3 ao aparelho auditivo, enquanto o ônibus sinaliza no letreiro seu bairro, mas parece o caminho mais curto ao inferno.

A camiseta daquela banda ou daquele time, perdida nas multidões, com um corpo desconhecido a ser cobrido por ela. Um rosto passageiro. Um sorriso certeiro em alguma vitrine, esquina ou faixa de pedestre. A voz macia de atendente de telemarketing, quando o serviço tinham tudo para ser os piores minutos no conjunto de 24 horas.

O mergulho do sol no horizonte como despedida diária de seu ciclo. A caminhada sobre folhas mortas, o olhar acima aos chaveiros dotados de clorofila nas árvores. A flor solitária em local inusitado. A flor comunitária com suas familiares.

Pequeñas cosas, pequenos versos pelos segmentos do universo. 


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