O tempo passa
Como qualquer um sabe
Como qualquer indivíduo percebe
Cedo ou tarde
Longe ou perto de sua sede
Por fatos que comprovam
Mais fácil ou mais difícil o que se mede
Mas percebe
Que o tempo passa
O caminho retrospectivo da memória
Se torna mais longo
A bagunça é maior
Demoramos um pouco
O que estava ao redor
Agora é só um ponto
Distante talvez oculto
Outro mundo
Inalcançável porque - já passou
E o tempo segue a passar
O trem apita na madrugada
Faróis na estrada - luz alta
Logo passa na devolução
Da escuridão que se alastra
Por todos os lados até a alvorada
A luz que penteia o relvado
E diagnostica sem sombra
De dúvida
Que o tempo passa
Que os bois que pastavam agora são
Carcaças; que quem os governava
Já não ameaça mais o mundo
Porque se fundiu com a terra
Partiu - sem assinar acordos em Genebra
Sem combinar com os demais habitantes
Microscópicos nos submundos utópicos
Que não enxergamos e mesmo assim
São nosso destino - a todos humanos
Entra ano e sai ano em calendários
Gregorianos nas paredes e nas telas
De smartphones e alofones que pronunciamos
Sem saber as regras da morfo ou da fono
Logia - magia que as cordas de movimentos vocais
Pronunciam; e anunciam
Enquanto tenho lenha para queimar
E vocabulário a gastar: poesia
Perfeito!
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