Texto de: Marcelo Nascente
nunca fui um comprador, não tenho paciência pra loja.
minhas roupas e calçados geralmente são provenientes de repasses ou, quando to fazendo parte de um casal, a pessoa escolhe e compra. acho ótimo.
minhas roupas e calçados geralmente são provenientes de repasses ou, quando to fazendo parte de um casal, a pessoa escolhe e compra. acho ótimo.
hoje aconteceu de precisar entrar em uma grande loja de departamentos, no centro da cidade, pra pesquisar preços de um tênis.
enquanto atravessava a loja, com meu destino definido, fui abordado por oito vendedores, com o tradicional (e invasivo) "precisa de ajuda, senhor".
- não, obrigado.
- não, obrigado.
ao chegar ao setor dos calçados, um vendedor chegou junto, tipo zagueiro de campeonato de várzea, o que já me irritou um tanto. quando consegui driblá-lo, percebi que um segurança me observava de perto. olhei o cara nos olhos e senti que meu estereótipo físico o incomodava.
andei pelos corredores do setor, com a marcação homem a homem ali, constante. resolvi, então, tirar o fortão pra dançar.
não tinha pressa mesmo...
não tinha pressa mesmo...
por quinze longos minutos circulei pelo interior da loja. primeiros nos corredores adjacentes, e o cara ali. até que em determinado momento cruzei pro outro lado da loja e ele mandou um código, pelo radinho, pra outro colega, que passou a me acompanhar.
foi divertido.
fui embora. não comprei nada.
só queria contar a história e relembrar que pelotas é conhecida por ser uma cidade comercial, que vive principalmente deste setor.
que coisa, não?
em tempo: este post é um white people problem. sou branco, olhos azuis.
imagina como se sentem as pessoas que são, de fato, perseguidas por serem pobres, negras e que sofrem isso a cada minuto do seu dia;
imagina como se sentem as pessoas que são, de fato, perseguidas por serem pobres, negras e que sofrem isso a cada minuto do seu dia;
que merda de sociedade...
Nenhum comentário:
Postar um comentário