08/01/2017

Uma história de morte com roteiro

Bia comanda a cerimônia, como em um casarão ou uma área de um shopping, que possui lance de escadas em caracol. Comanda como se o seu aniversário, recém passado, se estendesse nesse mês de janeiro. Há mais pessoas, mas ela dá atenção e me recomenda visitar o quarto de dois bebês. Eles são gêmeos, ambos meninos. Encontro a sala correta em uma das passagens pelas portas de um determinado andar. Uma senhora mais velha está propondo arrumações, em um ar experiente de governanta, podendo se tratar de uma empregada ou avó. Pergunto sobre os bebês e ela inicia a história deles sem deixar de lado os serviços de limpeza e organização.

Me teletransporto para dentro de um carro, como se fosse um flashback. No carro, meu pai dirige, minha irmã ao banco da frente, à sua direita, comigo e minha mãe no banco de trás. Passamos por ruas do centro da cidade e temos uma discussão fervorosa, com insultos. Minha irmã pergunta qual a utilidade que tenho com ela. Sinto o tema da discussão e digo para minha mãe que vou me matar. O clima é tenso com o carro em movimento, até ele não estar mais.

Me vejo fora do carro e o vejo sendo colidido lateralmente, com tudo, por outra camionete. A colisão faz chacoalhar o veículo, com alguns vidros saindo e se despedaçando. Perda total no veículo. Relaciono o acidente com Zidezine Zidane e não entendo o porquê. O local é como em um parque ou estacionamento repleto de grama. Os policiais imediatamente aparecem no local e encontro dificuldades em circular entre eles, procurando a cena do crime. Eles parecem não estar interessados e, após uma dificuldade em caminhar entre eles, me apontam o local estimado da procura.

Chego ao lugar apontado, mas já não há mais a família. O flashback se encerra e estou de volta ao cômodo do casarão com lance de escadas. Pergunto sobre como vê-los. Como ver a família? A governanta demonstra pesares e responde com o ar de quem já havia desembrulhado tal resposta outras vezes. Ela avisa simplesmente que: "o impacto foi forte demais...".

Percebo então que todos morreram. Começa a cair a ficha. Na hora, separo um gêmeo dos irmãos para cada um dos pais, entre pai e mãe. É tudo muito doloroso em lembrança e raciocínio e a própria Bia parece não saber lidar, como se ainda os mantivesse vivos na imaginação, conforme ela solicitou para eu visitá-los. O que encontro se mistura entre um berço azul e uma lápide, em uma história que me fez acordar pavoroso.

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