15/11/2016

Mais uma da Roleta dos Equilíbrios

É um fenômeno estranho. Boa forma de começar um texto, porque as pessoas gostam de saber sobre fenômenos estranhos. Seja para depois poderem explicar o fenômeno estranho ou até contar para as pessoas que existe o fenômeno estranho que elas desconheciam a existência até então. Enfim, é um curioso estágio de insatisfação ou insaciabilidade.

A faca de dois gumes novamente ataca. Havia algum tempo não aparecia por meus textos, mas os tormentos do dia a dia a trazem de volta. Creio que por muitas vezes mais procuro não atrapalhar as pessoas do que efetivamente ajudar. Isso gera alguns conflitos. Mais uma vez, mais comigo mesmo do que os demais envolvidos. Penso eu.

Mantenho a minha distância segura para não atrapalhar. A motivação da presente escrita é uma espécie de caso específico. É difícil que me sinta à vontade para pagar por um serviço. Mantenho uma desconfiança muito grande sobre ter feito ou não a escolha certa. Se vai ou não ficar como deveria. Pois bem.

Dizia o poeta que "o preço que se paga às vezes é alto demais". E temos aqui duas grandezas. O preço em money, em grana, em cash mesmo. O dinheiro a ser cobrado pelo serviço que estou pagando. A outra grandeza é meu grau espiritual em relação a isso. Como me sinto em satisfação com a aplicação de meu dinheiro.

Tudo isso para dizer que, em serviços, principalmente maiores, que são mais cobrados ($), acabo disponibilizando a grana e esperando pelo resultado. Mas, todavia, há profissionais ou quem se dispõe para a realização do serviço que não os executa da devida forma. Ou de uma forma que eu, pagador, não estou satisfeito.

Dessa maneira, minha inserção seria exigir meus direitos. Ora, estou pagando pelo serviço, quero da forma que me agrade. Não, não, não está bom. Precisamos começar de novo. Mas como cobrar assim de uma pessoa com horários, agendas, ou necessitada da grana? Ou, mesmo que não se encaixe no nesses itens listados, a dificuldade ainda persiste.

Já é um mundo cheio de desgraçamentos. Nada de novo no front com essa afirmação, né? Mas em minha camisa de força fico envolto pela não ampliação dos desgraçamentos. Mais conflitos. Mais discussões. A mim me parece mais fácil lutar pelos direitos coletivos. Uma pessoa ao lado para cobrar por ela. Por mim. Por nós. A mim me parece.

Outro exemplo desse caso é que geralmente somos leigos na área em que procuramos quem faça um serviço. Ou, ao menos supõe-se, o profissional saiba melhor executá-lo, ok? Ok. Mas embora o profissional saiba executar, talvez não saiba exatamente como idealizamos o fim do projeto. Aqui pensa-se construções, comida, fotografias, filmes, etc. As pessoas possuem métodos e opiniões distintas na execução. Desse ou daquele material. Com ou sem aquele tempero. Com ou sem aquela cena na trama.

Será necessário desatar algumas amarras. Querer um pouco mais do meu jeito. Pré-sinto que sim. Mas volta o remoer do sentimento. São tantos conflitos já gerados que busco algum equilíbrio entre gerar mais um e minha satisfação final com a tarefa executada. Mais uma vez, o segredo está nos equilíbrios. Um dinâmico e difícil jogo de encaixes.

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