21/07/2014

Na falta do que fazer

Venho aqui somente de teimosia, no luxo raro do tempo a perder. Depois de um dia ensolarado atrás das próprias grades de proteção, ouvindo composições mais antigas que meus primeiros sintomas da doença chamada existência.

Venho apenas para marcar ponto e dizer que vim, assim como me sinto em diversos encontros por N motivos, razões e circunstâncias. Assim como sinto que muitas vezes ouvimos pra dizer que ouvimos, lemos pra somente dizer que lemos e aprendemos para o mero acréscimo de nota no currículo do lugar algum. Ah, devo estar de saco cheio e com a lista de hobbys bem inferior em itens quando comparada às necessidades de supermercado.

Mas é uma das lógicas de unificação social prestada pelos jornais. Notícias nada relevantes, mas que revelam assuntos inquietantes no cotidiano. Às vezes mais pela venda da imagem do sujeito que praticou a ação do que pela real consequência da mesma. Hoje mesmo surgiu uma da ZH que era sobre um dos guardas da rainha da Inglaterra ter tocado o instrumental de alguma música tema de seriado. Que diabos quero saber? Que diabos vocês querem saber? Que raios importa o gosto musical do filósofo moderno Neymar Jr.?

No táxi do texto até aqui, a conclusão de nenhuma razão alcançada custou ERRE CIFRÃO 11,75.  Mas aproveitando eu ter tocado no tema de manchetes, um jornal local destacou o alto índice de suicídios no município aqui ao lado, o 13º com maior incidência percentual em todo o Brasil. O que levaria as pessoas a cometer a fatalidade? A repetição de mortes no tal modelo causaria uma cultura de suicidas na microrregião? A desistência da vida estaria relacionada às dificuldades de atingir metas? Ou seria a falta de metas estabelecidas, no sentido de: tô fazendo o quê aqui?

Com a sua licença, vou ali no banheiro que o dever (ufa, algo pra fazer) me chama. Não voltarei com reflexões expostas aqui, mas regressarei com coisa a menos no corpo. Reflitam o tema (ou a ausência dele) de hoje. Até a próxima.

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