Sobre suicídio: deixar as despedidas em bilhetes, ou algo assim, e morrer em local distante, sem o corpo para ser enterrado em ritual fúnebre? O problema é talvez deixar angústia nos poucos (bem poucos mesmo, de se contar nos dedos) com a esperança, sem acharem o corpo, de que ainda irás voltar. A outra opção é ceifar a vida em outro método e correr o risco de traumatizar quem primeiramente veja seu corpo já desanimado. Como fez Chorão ao consumir um coquetel de drogas e ser encontrado caído no próprio apartamento. Ou seu parceiro, que deve ter sentido o golpe, Champignon, que meses depois resolveu acabar com a passagem na Terra com um tiro na cabeça.
E eis que sobra a dúvida se o teu ato vai atrapalhar e jogar pra baixo a vida dos que ficaram desiludidos com tua sincera e pesada decisão, que, na mesma moeda da sinceridade, esperamos que eles não repitam tua última ação. O certo é que a cada dia sinto o peso maior, a contáveis (ou incontáveis?) passos de tirar todo o peso carregado, somado, esmagador. Descrente na esperança que move alguns e em outro move por simplesmente mover. Mais textos virão, mais páginas da vida de todos vocês leitores. Assim, ainda em algum fio, espero.
Jair
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