Uma nota sobre um assunto que impulsiona uma
reflexão cabível a muitos outros.
Fico bastante indignado ao ouvir uma
intimidação, uma espécie de barreira verbal em frases lançadas como "Quem
é você? Quem é você para mudar/contestar/QUESTIONAR isso?". É uma forma de
impor limites, de tentar censurar quem esteja ou sente-se prejudicado com
erros.
A maneira de menosprezar a opinião alheia
baseada em cargo, poder aquisitivo ou grau de instrução (estende-se a vários
estereótipos) de um indivíduo deve ser repudiada. Ao mesmo tempo, uma linha de
raciocínio que julga ou menospreza nessas condições, talvez por sentir-se
confortável nas classificações citadas, pode defender o erro e sua impunidade.
Com um exemplo banal, é como se um dentista pudesse estacionar em uma vaga
proibida e não ser questionado por algum funcionário de um posto de gasolina,
por exemplo. E por quê? Ora, porque o infrator é dentista. O justiceiro na
encenação seria um sujeito sem alto grau de escolaridade e mal remunerado. “Quem
ele pensa que é?”
Não pretendo abordar situações em que o
embasamento e a opinião profissional são realmente essenciais e devem, sim,
possuir um referido valor. A questão toda de indignação passa pela ação: poder
acima da ética.
Repúdio. Até porque, nessa tomada social como
uma escada, os que menosprezam degraus mais baixos, talvez esqueçam que não
estão no topo. E quem sente-se no topo em determinadas
"classificações", não ocupa a mesma posição em outras escadas.
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