28/04/2025

"Toda certeza é um mero fanatismo"

Os governos ou desgovernos que assumem e proferiam suas certezas enquanto oposição, não dão conta. Serão os hipócritas do amanhã. Não se sustentam. Não sustentam suas sistemáticas.

Os milagres econômicos logo se corroem. As produções em larga escala ainda dependem de muitas mãos que ganham pouco. Ou poucas mãos ocupadas enquanto outras tantas mãos queriam ocupação para depois se ocupar de comer.

26/04/2025

Pampa de teus olhos não me poupam

Queria interromper nunca o último café que tivemos. Sei que pra você nem foi o momento mais importante de atarefado dia, mas pra mim foi um momento que sinto dos mais importantes da minha vida. Às vezes me irrita e desencanta sua indiferença. Tenho que aquecer sempre água para dois e pelos dois.

Desculpe minha paixão assim tão repentina. Assisti a muitos filmes. Mas o que tem? Você também assistiu. Me desencanta que nossos filmes não coincidam o mesmo. Na vida tudo se resume e se dissolve a melhores momentos. Os meus não são os teus. Não são os nossos.

Iria ao mesmo café e pediria o mesmo que o teu infinitas vezes para reviver ou ao menos relembrar. Manter a boca do fogo acesa. Mas se  não queimei a boca em café, queimei meu nome no estabelecimento. Sou tão idiota que você nem imagina. Ou imagina e por isso se distancia. Mas nos entendíamos tão bem. Será que busco uma palavra sua para confirmar o porquê é não? E nenhum buquê e nenhum sermão resolvem. Será que eu quero ouvir suas palavras definitivas para poder mexer meus lábios de forma estranha, suspendê-los em meio a gesto incompleto? Inaceitando. Gesto labial como seguido fazia William Hurt nos filmes de nossos diretores favoritos. O seu diretor, a minha diretora belga, os nossos.

Desculpe confundir pronome tu com você, o que é teu, o que é seu, o que seria nosso. Desculpe confundir nenhuma outra contigo. A profundeza de seus olhos venceria a profundidade de todos aqueles copos descartáveis jogados ao lixo de um café. A profundeza de seus olhos me convidaria a infinitas sessões. A uma única seção: seus olhos. Olhar, sem cessar. Seus olhos talvez foram o que mais belo eu vi de tão perto. O café, a boca, queríamos um tanto mais. Queríamos eu e minha boca, exagerados. Eu e meus gestos, exagerados. Eu e meus exageros, que formam eu. Eu que firmaria meu nome ao teu. Sim, sim. Sim! Eu que formaria um nome: o nosso. Eu que me apaixonei por ti quando te vi me vendo. Quando te vi. De perto. Quando te ouvi: dizendo. Quando te perdi: deserto. Quando te revia em imaginação: incerto. Quando um dia irei me despedir de ti ainda sem desapaixonar: honesto.

Tu dizes que infinito é o pampa ou a sampa falsa de concreto. Infinitos são teus olhos e minha cólera longe deles. O cinema não acabou. A poesia não acabou. O amor que eu queria te dar não acabou. Quer mais café?

19/04/2025

Mustang (2015)

Aceito que filmes retratem todos os homens como idiotas porque acho que já fizeram filmes demais em que eles não são. Ou fizeram filmes demais em que as mulheres todas eram retratadas como idiotas e/ou histéricas.

Em um filme, as várias ideias de roteiro e desenvolvimento podem ser feitas pela produção, por mais gente. É diferente desse trabalho solitário a uma só mente feito pela escrita. O escritor, solitário, tendo de pensar em tudo.

Já percebi que um livro, para sociedade de hoje, é tempo demais a uma só voz, quando os aplicativos e redes sociais dão em shorts o tempo de alguns segundos para cada exibição, teoria, bobajada. Um livro são horas e dias geralmente dedicados a um único narrador, uma única voz. Intolerável para essa geração.

Sobre as ideias de roteiro, quem será que teve a ideia genial das cenas inicial e final do filme Mustang (2015)? E os sentimentos evocados a partir disso? O contraste, a solução, a volta por cima, a esperança? Tudo começa com a pequena Lale se despedindo da professora, que iria embora da cidadezinha delas para grande capital Istambul. Istambul seria a alternativa final para as irmãs prosperarem, se libertarem.

Mustang começa animador, libertador, com as meninas voltando da escola, brincando, se divertindo e buscando os primeiros flertes. Ao serem descobertas na aldeia, ficam difamadas e a família, envergonhada, começa a trancafia-las e a organizar os casamentos, antes que seja tarde, antes que, segundo eles pensam, percam a virgindade ou difamem mais aos familiares. Assim, são treinadas para serem donas de casa, cozinheiras, faxineiras e, é claro, esposas, inclusive não retomando os estudos, como as ex-colegas estranham suas ausências na escola local.

A vida das cinco irmãs, apesar de criadas juntas, sem os pais, com a avó, é bastante diferente. Seja em atitudes ou nos desfechos. Elas possuem personalidades distintas, um dos trunfos da trama, fator que não as resume em cinco menininhas, como se fossem homogêneas. Lale, a menor, conforme vai sobrando na casa, também ganha protagonismo. É rebelde, decidida, entusiasmada e não se dá por vencida.

A mais velha é a que consegue melhor destino, ou mais rápido se resolve, podendo até escolher seu marido, que grande vantagem! As demais não terão a mesma sorte, conforme evolui o roteiro. No desenvolvimento, a paixão de Lale pelo futebol ainda conduz as demais até uma partida grande em estádio, em que precisaram de fuga, de carona, de várias manobras, o que contribuiu com alguma comédia à trama. Os homens haviam brigado em estádio e a partida que desejavam ir era somente para mulheres, medida que até no Brasil já foi feita em partidas, como no estado do Paraná.

Sobre a proibição ou permissões restritas às mulheres de verem jogos de futebol na cultura do Oriente Médio, ver Offside (2006), sobre as meninas impedidas de ver o jogo decisivo para classificação do Irã para Copa do Mundo da Alemanha. Um filme entre o dramático, o documental e também a comédia. O filme em questão é iraniano e utiliza muito bem o cenário, os bastidores, as ordens militares e o olhar inocente e infantil perante os sonhos de absorver cultura e viver emoções.

Voltando a Mustang, cabe dizer que considero o filme mais complexo e culturalmente envolvente que o norte-americano As Virgens Suicidas, de direção de Sofia Coppola. A personalidade mais bem definida das meninas turcas contribui para essa conclusão. O envolvimento de cada uma com a situação, o como lidar, o que fazer trazem momentos angustiantes em que torcemos contra as injustiças que as cercam. Como não se emocionar com a prometida cena final da película?

Nota final, facilmente:

⭐⭐⭐⭐⭐


Chegada a Istambul com vista marcante para cidade, a esperança e o futuro
(Reprodução do filme Mustang)


14/04/2025

Two on the Edge (2021)

O filme japonês 🇯🇵, dirigido por Yusuke Kitaguchi, conta a história de duas garotas (ou serão três?) com dificuldades semelhantes e diferentes. Ainda muito criança, Otose Nishizono vivia com sua mãe e um padrasto violento, que, sem explicitar no filme, pode ter abusado da jovem. Ao menos tinha nenhum pudor, como visto, de usar o banheiro na frente da criança, o que já configura esse excesso.

Em uma noite, sem aguentar mais os maus tratos e o estado constantemente embriagado da mãe, Otose foge. Em uma casa que, segundo sinopse, fazia as vezes de um orfanato, ela permanece o restante da infância e alcança uma maioridade de 18 anos. Assim, deixa o cuidador Yoshi e as demais crianças e sai para procurar emprego, conseguindo a referência em um hotel chique. 

Paralelamente, uma cantora de um grupo tentando estourar em sucesso após pequenas exibições em casas noturnas (ou diurnas com iluminação artificial? São matreiros os japoneses). Ela faz o teste e descobre que está grávida. A jovem está grávida do produtor delas, uma espécie de agente, empresário. E abusador de suas tentativas de fonte de renda, portanto. Deixando claro que apesar do conflito-chave ser entre Otose e sua negligente mãe, existe a denúncia (em mais de um caso) sobre o comportamento abusivo dos homens.

A cantora tem o apoio, mesmo também existindo conflito, da sua mãe. Elas atendem em um pequeno restaurante, por onde Otose passa pela rua a caminho de seu novo apartamento, sente o cheiro de comida, namora a vitrine, mas nunca entrava. Isso muda quando a mãe de Otose descobre o paradeiro da filha. Yoshi, do orfanato improvisado, falha e, sem autorização do que gostaria Otose, fornece o novo local de trabalho de sua até então protegida. Sem mudar de seu passado nebuloso, a mãe de Otose a procura com a desculpa de estar feliz em vê-la, querer recomeçarem e passarem um tempo juntas. Mas tão logo vão a um café e confessa precisar de milhares de yenes (a moeda japonesa).

Otose desconfia, tem uma consciência que lhe sopra perguntas e soluções, quando congela estática. O conflito do drama japonês é bastante forte, ácido. Por vezes a jovem fica nas entranhas da pergunta entre matar ou morrer. O suicídio lhe aparece como saída possível. O emprego no hotel, por conta das reaparições da mãe bêbada, se torna insustentável. Cobrada pela gerência, só lhe resta sair pela porta dos fundos do prédio.

Ela acredita que não tem como ter uma vida digna enquanto viver sua mãe. Otose fica desestimulada e sem respostas e sem emprego. A dura vida acompanha a jovem cantora, que, após uma última apresentação, decide parar e se dedicar só ao restaurante, pensando na criação do bebê. Ela não avisa o produtor, que seguiria simplesmente sua vida em busca de outros talentos. Em uma passagem, a mãe da cantora alerta: "ser mãe não é como ser cantora. Não pode desistir". A jovem de pronto responde que sabe. Nessas horas fica a pergunta se a própria dona do restaurante, que criou a menina sozinha, não teria desistido. Isso se ela tivesse a opção.

São vidas diferente entre as meninas em conflito. Uma teve a mãe que a negligenciava e precisou fugir de casa. A outra, bem ou mal, teve o suporte caseiro. Uma nem mais sonhos parecia apresentar, queria apenas uma vida digna. A outra aspirava à fama, mas acabou tendo de contar com o básico da maternidade que se aproximava.

O filme traz a crítica quanto aos homens, mas também às possíveis negligências praticadas pelas mulheres - e suas enormes consequências. As dificuldades de mudar de vida na sociedade japonesa também estão em alguma camada presente no filme. A cena final de Otose desfrutando de certa liberdade com sua nova bicicleta demonstra esperança. Contrasta com a crítica a sociedades, como nos países do Oriente Médio em que as mulheres não podem usufruir de carteira de habilitação e, muitas vezes, sequer sair de casa de bicicleta. Lembra o filme "Wadja", sobre a menina árabe que sonhava ter uma bike.

Quanto ao questionamento sobre o nome do filme na presente resenha, seriam duas meninas (Otose e a cantora) ou três, contando a confusa e arrependida mãe de Otose como terceira vivendo ao limiar de caminhos difusos? Vidas que se atravessam nos desafios entre a superação e a continuidade.

Nota final: ⭐⭐⭐⭐


Depois de ler Correio Literário - ou como se tornar (ou não) um escritor, em qualquer merda que eu escreva está a polonesa Wyslawa Szymborska apitando no meu ouvido, que acho que era o objetivo dela ou de quem preparou a coletânea para o livro.

09/04/2025

07/04/2025

Jeanne Dielman (1975)

Para muitos, a grande obra da cineasta belga e judaica Chantal Akerman. Confesso que Notícias de Casa e "Retrato de uma Garota do Fim dos Anos 60 em Bruxelas" me interessaram mais diretamente. Porém, ao completar a terceira parte de Jeanne Dielman, pois assisti em três pedaços, visto que é um filme de 3h21min, ao terminar de vê-lo me surgiu o insight de achar ter entendido o filme.

Jeanne Dielman tem a vida monótona e parada propositalmente no filme que nos encerra a ver. Sua rotina de dona de casa. Viúva, mãe solteira, apesar de não muita idade. O filho às vésperas de deixar o apartamento deles em zona central da Bruxelas que não conheço. O filho adolescente e pouco reagente à rotina da esforçada mãe. Ela que procura cozinhar, lava louça, cuida das roupas, da limpeza do apartamento, entre outras tarefas.

O pai do garoto morreu há poucos anos. Seria um anseio e uma naturalidade que Jeanne queira reconstrução e novas ocorrências. O filme se desenrola com ela obstinada a resolver o dia a dia. Assim adiando soluções maiores para sua trancafiada vida. Alguns diálogos entre ela e o filho revelam as barreiras da mulher criar o menino. Assuntos de puberdade e até de filosofia entre as gerações os escapam.

É interessante como filmes europeus muitas vezes ganham pela falta de diálogo e os muitos silêncios permitem a interpretação possivelmente correta. Assim foi na leitura anterior da Harmonia de Werckmeister, filme húngaro de Béla Tarr e sua esposa Ágnes Hranitzky. Em Chantal Akerman, os silêncios também são constância na maioria de suas obras. No "Retrato de uma Garota em Bruxelas", os jovens conversam mais efusivamente, em um raro encontro àqueles estranhos personagens deslocados de outras realidades. Enfim, em Jeanne Dielman, de 1975, o silêncio está vibrante, enlatado. 

Jeanne representa as mulheres que perderam seus maridos em guerras, que perderam seus maridos ao silêncio, à rotina, ao desmanche das relações que igrejas queriam eternas. Jeanne é a mulher fechada entre quatro paredes com mais funções do que lhe caberiam, do que caberiam às pessoas em suas individualidades e direitos.

Jeanne é uma luta contra outros silêncios. No encontro frustrado ao final do filme, passadas mais de três horas de película, o homem que está sobre ela e não ouve seus apelos, ou não quer ouvir. Assim, ela reage finalmente.

Antes, temos Jeanne relutando em suas tarefas diárias. A bebê que ela cuidava para alguma vizinha por algumas horas e Jeanne não conseguia fazê-la parar de chorar, em frustrantes cenas. Jeanne que precisava da cafeína para sua força cotidiana, mas passou a repunar café. Seu café, café de restaurantes. Jeanne que não conseguia achar um botão de casaco para seu filho, igual ao que sua irmã havia trazido da América do Norte, quando os visitara com sobrinho e tudo. O marido de Jeanne ainda era vivo, havia muitos anos esse episódio citado no apelo às impassíveis vendedoras belgas. Os botões se perderam. Os anos se vão. Quando essa mulher iria reagir, iria se frustrar, iria se reconstruir?

Após a parte final, compreendi mais o proposital tédio e o porquê muitos críticos consideram a obra marcante da cineasta belga Chantal Akerman, a qual eu quase confundo o nome com Jeanne Dielman, tamanhas citações ao filme.




06/04/2025

Harmonia de Werckmeister (2000)

A Harmonia de Werckmeister é um filme extraordinário de realização do cinema húngaro, especificamente do diretor Bela Tarr e sua esposa Agnes Hranitzky.

Em uma pequena cidade da Hungria, Jaros é um jovem trabalhador que se encanta por vários temas curiosos. Na cena inicial, demonstra aos bêbados em um bar sobre os funcionamento da astronomia básica, de como a Terra gira em torno do sol, gerando os dias e as estações do ano, e de como a Lua é seu satélite natural. Durante o filme, Jaros trata com pessoas mais velhas, as quais ele chama sempre por tio ou tia, sem sabermos o parentesco real que tenha com esses personagens. Um deles é uma espécie de tutor, que ensina conhecimentos variados, como a astronomia, e música, ao que batiza-se o filme com Harmonia de Werckmeister - um organista alemão, definidor de muitas propriedades musicais para os teclados.

A associação com a harmonia parte também da desarmonia que começa a imperar no filme. Um circo chega na cidade anunciando duas principais atrações: uma baleia e a presença de um nomeado príncipe. A aldeia se divide com a ideia da chegada dos forasteiros, uns o tanto preocupados, outros resolutos a conferir a novidade.

A baleia, por sua anatomia e pensar na falta de conhecimento prático marítimo do jovem adulto Jaros, leva à fascinação o personagem principal. Entretanto, muitas outras pessoas estavam interessadas nos discursos de ódio proferidos pelo dito príncipe. Com uma legião de seguidores, ele é o fio condutor da exploração das cidades visitadas, promovendo uma escalada de violência. As cenas mais grotescas ocorrem em espancamento em um hospital, sem poupar nem cortes, até que um velhinho desnudo faz com que os manifestantes cessem a onda de terror por seu aspecto frágil.

Nisso, Jaros e seus ditos 'tios' estavam em plena ação para mobilizar a população contra essa desordem dos forasteiros. Apesar da aquisição de assinaturas em um abaixo-assinado, nada poderia ser feito e os elementos são inclusive perseguidos. O paradigma do filme se desenvolve entre a desordem provocada pelo falso príncipe dos exploradores visitantes do circo e depois a "ordem" estabelecida pelo exército em "resgatar" a cidade. As imagens e os diálogos são frios e a dizimação e destruição da cidade são iminentes.

Jaros tenta fugir pois seu nome aparece, segundo é avisado, em uma lista. A perseguição não dura muito. O futuro é nebuloso como o forte inverno que age sobre as sombreadas terras húngaras.

Em um apêndice à escrita, há uma impressão tão forte no tio interpretado por Peter Fitz que parece até que esse personagem é um alter-ego experiente de Jaros Valuska. Ele mobiliza o jovem, rumina monólogos disfarçados de diálogos com Jaros, aparece como uma grande consciência a balbuciar tentativas de soluções e reparos, acerca da inóspita região húngara e filosoficamente sobre o mundo.

Impactante é a cena final do esquecimento do forte mamífero perante as atrocidades do ser humano na cidade, a resignação do velho tio diante da cena são avisos ultimatos sobre a escalada da barbárie humana, em um alarme ecológico, e ao mesmo tempo sobre o crescimento das manifestações fascistas na Europa e em todo o mundo. Com muita sensibilidade o casal de diretores definiu as diretrizes, os planos-sequência do estimado filme, cuja nota final só poderia desempenhar-se em resultar cinco estrelas.

⭐⭐⭐⭐⭐





03/04/2025

Funk

A favela, a produção 

O gosto é aderente 

Como é que vai gostar

Se não tem espaço pra gente?


Os estúdio, a produção 

É tudo muito bonito 

Mas com o batidão 

Da favela eu ainda fico


A indústria musical

É uma competição 

Enquanto na favela 

Vamo ouvindo os irmão 


Na favela a janela

Aqui segue aberta

E na selva deles

Eles fecha e ainda concreta


Os estúdio, o roquenrol 

É tudo muito bonito 

Mas com o batidão 

Da favela eu ainda fico 


Repara na beleza

Que a gente ainda preza

Aqui tem os devoto 

Onde a deles não chega


(Lá na deles os empresário 

Botam o pau na mesa

Aqui entre os irmão

Ainda existe gentileza)