21/10/2016

Pela Greve Deflagrada

Foto: Henrique König / Agência Em Pauta

Por quase unanimidade, os estudantes da Universidade Federal de Pelotas votaram a favor da greve discente na instituição, em assembleia ocorrida na quinta-feira (20), em frente ao prédio do Direito. Os alunos juntam-se aos Técnicos Administrativos e à possível adesão dos professores, que já encaminharam indicativo de greve. A sequência da assembleia definirá novos rumos das atividades.

Mais de 300 alunos participaram da assembleia. As principais pautas da noite de quinta-feira foram a PEC 241, o estado financeiro de falência da Universidade Federal de Pelotas e o repasse das assembleias dos cursos. Estudantes e professores tiveram voz para trazer propostas, encaminhamentos e reivindicações.

Na noite, foi decidida a greve unificada dos estudantes, a proposta de ocupação da reitoria no campus Anglo e o pedido que o COCEP (Conselho Coordenador do Ensino e da Pesquisa) congele o calendário da instituição. Aulas públicas e futuros protestos foram discutidos para o envolvimento de demais setores da sociedade.

A professora Celeste falou em nome da Associação dos Docentes da UFPel, mostrando disponibilidade para discussões sobre a PEC a ser votada no Senado. Ela afirmou que "é na rua que vamos garantir as nossas conquistas", comentou, bastante aclamada pelos presentes na praça.

Já a Associação dos Servidores da UFPel chamou a atenção para a piora do Ensino Médio sendo proposta pelo governo e as alterações na Proposta de Emenda Constitucional que vai prejudicar ainda mais o ensino público no país. "Quem está dando aula, tem que parar. É pelo Brasil"

Também foi pauta a integração das comunidades de Pelotas e região com a causa contrária à PEC 241 e à reforma do Ensino Médio. Aulas públicas, atos junto com as comunidades, como a do bairro Balsa, ao lado do Campus Anglo, são interesses dos estudantes a favor da greve. Outra preocupação explicitada foi a da falência da UFPel, sobre a situação dos dependentes do Restaurante Universitário, do auxílio moradia e outros direitos ameaçados. "Nenhum direito a menos" foram as palavras de ordem.

Houve preocupação com a Agência Lagoa Mirim, vinculada à Universidade e que presta um trabalho essencial para comunidades pelotenses. O estudante Gabriel, das Artes Visuais, comentou que a assembleia não era "pela educação do meu curso, mas pelos filhos e pelos netos", em manobra pela consciência coletiva. Heitor, em nome do Centro Acadêmico do Jornalismo, mostrou o posicionamento favorável à greve e as tratativas do curso, que conta com o apoio dos professores na causa.

Guilherme, do Direito, curso com poucos professores em aceitação da greve, lamentou a ausência de um DCE em favor dos estudantes e o pouco apoio de quem ministra aulas no prédio. Antes das votações, Vanessa, do turismo, foi das mais aplaudidas, ao reestabelecer ordem e terminar a fala com a seguinte passagem: "um sonho só é só um sonho. Mas um sonho em conjunto é realidade".

Outros encaminhamentos para votação na sexta-feira (21) foram uma nota de apoio pela ocupação do IFSul Campus Pelotas. Distribuição de informação sobre a PEC 241 nas comunidades, a possível ocupação de Campus da Universidade, tal qual o Campus Anglo, apoio à nota lançada pelo coletivo de negros e negras da UFPel, denunciando as fraudes no sistema de cotas e vencer assunto da prestação de contas da gestão Novo Tempo no DCE (Diretório Central dos Estudantes).
Foto: Heitor Araújo / Agência Em Pauta

Nenhum comentário:

Postar um comentário