11/05/2015

Spy Vs. Spy em Satolep


A banda australiana Spy Vs. Spy, fundada oficialmente em 1981, atravessou boa parte de nosso planeta geóide e apareceu pelas terras satolepianas. Após um desacordo, parece que deixaram o compromisso de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, e desceram o sul brasileiro até Pelotas. Na cidade do doce, outro entrave tirou o show deles planejado para o grande Theatro Guarany e colocou o bar/pub João Gilberto como destino.

Ao saber no próprio dia (07/05) sobre o evento, minha reação foi a de buscar informações que me credenciassem a participar. Sem a devida divulgação, ao menos as poucas infos que eu dispunha serviram para conseguir garantir presença. Uma certeza era a de que também seria possível comprar a entrada na hora do show, marcado para começar às 23h30 min.

Sem grande atraso, os músicos do Spy Vs. Spy tomaram os instrumentos colocados à frente do casamento entre a bandeira da Austrália e do Brasil. Apesar do público desconhecer as letras, eles não pouparam energia.

Os maiores sucessos não poderiam ficar de fora e animaram os presentes, mesmo que a imensa maioria sequer conhecesse All Over The World, Hardtimes e Clarity of Mind. Em comparação à produção de estúdio, Spy é uma banda que cresce com as atitudes e o carisma no palco e nem a falta de conhecimento em língua portuguesa atrapalhou o vocalista.

"Boa noite", "obrigado" e "mais uma" são algumas das expressões de aprendizado do pessoal da Oceania. Sempre fico a questionar o ponto de vista de quem vem de fora até algum lugar e procuro passar boa impressão. O João Gilberto reuniu um público de idade média entre 30 e 40 anos. Caçula no local, também observei a predominância de vestimentas mais consideradas elegantes e para proteção do frio, que já caracteriza um inverno em pleno outono.

De mangas curtas durante a exibição, os australianos foram bem atenciosos na saída. Com meu disco Demolition II, consegui passar as barreiras para conhecer um pouco mais da banda da noite. Cada um dos integrantes deixou a assinatura no compact disc. Um dos produtores do atual quarteto até deixou-me a setlist utilizada no evento.

Com meu inglês enferrujado, arranhei alguma coisa para compreensão mútua deles e minha, também com a ajuda de um amigo que me acompanhou. Outro ponto exótico foi ver o pessoal do outro lado do mundo bebendo Skol com tamanha naturalidade.

Quando questionei o que eles achavam do Brasil, a resposta de bate-pronto foi a de que amam o país. Demoramos a encontrar o vocalista após o show, pois o mesmo, sem perder tempo, já havia se direcionado ao bar - como poderia ser imaginado. Na breve conversa, listei algumas bandas da Oceania que tem minha singela aprovação, tais como Midnight Oil, formação com a qual o produtor do Spy trabalhou durante 10 anos, além de Jet e Australian Crawl.

Por fim, a recepção e o bom atendimento só melhoraram o que já se destacava como uma boa noite de pop rock, ska e pub rock (segundo os gêneros de classificação da banda). Os integrantes devem ter ficado felizes de receber algum feedback do público, já que levei meu CD comprado em sebo e meu amigo comprou um de aspecto artesanal que eles estavam vendendo a 20 reais, contendo a apresentação realizada em Newcastle. Além disso, contentes pelo nosso interesse em registrar os momentos, com vídeos durante o show e fotos após.
Enfim, ladies and gentlemen, da Austrália ao sul do Brasil: Spy Vs. Spy.

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