19/02/2015

Pingos no Para-Brisa

Fui pego pela chuva. De novo. Não é o primeiro banho em sua companhia vinda dos céus neste verão, porém, eu carregava a câmera na mochila surrada e o perigo de um prejuízo envolvendo-a era grande. Ela não foi visita inesperada, pois as nuvens rondavam em 50 tons de cinza sobre minha cabeça.
Consegui alcançar o destino final de minha casa, mas bastante encharcado. Combinei que a reunião transferida da manhã para às quatro horas da tarde não ficaria de meu encargo e obtive concordância (em parte) da decisão. A chuva não cessou e, após rápida execução de uma tarefa virtual, me dei ao luxo de ler um capítulo e dormir.

Enquanto isso, as fotos nas redes sociais tomaram as proporções de urgência e alarmantes como costuma acontecer atualmente em enchentes. Quem realmente sofre não tem (aparentemente não) tempo de captar o momento em imagens, ou, em tragédia, acaba perdendo o equipamento na enxurrada.

O balanço das críticas através de imagens é interessante. As ilustrações do caos caem em cima dos governantes, às vezes em tons exagerados. Há, sim, a culpa do alto escalão da prefeitura, responsável por serviços de recolhimento de lixo e manutenção das vias de fluxo do saneamento. A pancada d'água também foi forte e deixaria estragos de qualquer jeito. Mas obviamente que os prejuízos poderiam ser amenizados, compreendes, Mendes?


Termino as linhas com aspecto de diário ao som ainda de alguns pingos. Há poucos minutos ainda estavam bastantes estaladores sobre as telhas e calçada. A reunião, todavia, foi adiada e não me livro de ser escalado novamente a comparecer a ela, marcada para próxima segunda-feira.

Por fim, águas passadas mesmo são os protestos em massa pela redução das tarifas. As cidades grandes têm os requerimentos da época ignorados como pingos em um para-brisa. Os políticos seguem protegidos internamente pelos vidros com insufilm e fingimos não ver mais.

A partir de domingo (22), passagem a 3,25 pila em Porto Alegre. Como será que foi a chuva lá?

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